A Associação Amigos dos Morcegos, de Manaus, decidiu unir música e ciência para mostrar que os morcegos são bem mais que animais bebedores de sangue ou inspiração para super-heróis sombrios. A ideia deu certo, e o Festival dos Morcegos chegou a sua sétima edição, realizada em setembro de 2011, reunindo cerca de 300 pessoas no teatro do Sesc da cidade.

“Uma coisa é ouvir um cientista falando sobre os morcegos, outra é ver seus ídolos no palco elogiando os animais”, avalia Marcos Antonio dos Santos, presidente e fundador da Associação.

“Uma coisa é ouvir um cientista falando sobre os morcegos, outra é ver seus ídolos no palco elogiando os animais”

Para ter estrelas da música falando sobre os morcegos em seus shows, Santos usou uma estratégia simples: convidou os artistas a visitarem o Museu dos Morcegos, mantido pela Associação em área de floresta nas proximidades de Manaus. Lá, cantores, guitarristas e percussionistas descobrem, por exemplo, que 163 das 175 espécies de morcegos do Brasil ocorrem na Amazônia, e que algumas plantas, como a samaúma (Ceiba pentandra), têm os morcegos como seus únicos polinizadores.

A sétima edição do festival comemorou o Ano Internacional dos Morcegos, iniciativa da Organização das Nações Unidas para o período entre 2011 e 2012. A associação, no entanto, há anos trabalha com a comunidade manauara. “Durante as primeiras edições do festival realizamos capacitações no controle de morcegos hematófagos, os únicos que podem ser manejados, para técnicos de diversas instituições. É a única capacitação do tipo no Amazonas”, conta José Felipe de Souza Pinheiro, biólogo e secretário da associação.

O público leigo também conta com atividades ao longo do ano. “Fazemos muitas palestras em escolas. Quando chegamos, os alunos contam que pegam morcegos com atiradeiras. Quando saímos, eles já estão dizendo que querem até criar morcegos! É muito gratificante”, completa Santos.

Mariana Ferraz
Ciência Hoje/ Manaus

Texto originalmente publicado na CH 289 (janeiro/fevereiro de 2012).

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