Um calçado que proporciona conforto térmico aos pés, mantendo-os aquecidos ou refrigerados, conforme a necessidade. Essa foi a ideia de Vinicius Lopes e Frederico Liboni, estudantes do curso técnico em eletroeletrônica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), na escola Márcio Bagueira Leal, em Franca (SP).
Ativado por pilhas recarregáveis e feito com materiais à prova d’água, o calçado foi planejado para proporcionar bem-estar a uma área do corpo que nem sempre recebe os cuidados necessários, e também como um aliado para os diabéticos.
O nível elevado de açúcar no sangue pode prejudicar a circulação nos pés dos diabéticos, deixando-os frios e inchados, além de diminuir a sensibilidade no local.
O calçado desenvolvido pelos alunos, com orientação de Alberto Lima, pode proporcionar variação entre 29ºC e 35ºC, temperatura considerada confortável.
Para isso, é utilizada uma pastilha de cerâmica que, quando alimentada por uma corrente elétrica, tem uma face aquecida e outra resfriada. A partir da inversão da corrente, as temperaturas também se invertem – fenômeno conhecido como efeito Peltier.
Botão invisível
As três pilhas necessárias para o funcionamento têm durabilidade de até 10 horas e podem ser recarregadas. Para regular a temperatura, basta acionar um botão abaixo da palmilha: “Assim não fica visível, mas também não atrapalha na hora de pisar”, diz Lopes.
Os pés também ficam protegidos nos dias chuvosos, já que os calçados são feitos de neoprene e lycra, materiais impermeáveis.
O projeto foi apresentado na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia, no início deste ano.
Agora, os estudantes pretendem atrair o interesse de algum empresário para introduzir o produto no mercado: “O calçado pode ser exportado para atletas que praticam esportes na neve e também ser usado por turistas em lugares muito frios ou muito quentes”.
Bruna Ventura
Ciência Hoje On-line
Texto originalmente publicado na CH 271 (julho/2010).