Pergunta enviada por Luana Santos, Rio de Janeiro/ RJ
O termo ‘escova progressiva’ inicialmente foi usado para escovas com formol, mas em 2008 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária proibiu o uso da substância em produtos alisantes em concentrações superiores a 0,2%. Até essa concentração o formol é um conservante, encontrado em diversos cosméticos, incapaz de alisar fios de cabelo. Em concentrações mais altas, pode irritar o couro cabeludo e também as mucosas ocular e respiratória do cliente e do cabeleireiro.
Hoje há diversas formas seguras de alisar os cabelos. Várias substâncias químicas podem ser usadas com esse fim: as mais seguras são tioglicolato de amônio, ácido tioglicólico, carbocisteína, guanidina e hidróxido de potássio, disponíveis em concentrações variadas em produtos alisantes.
Basicamente, o que define qual deles é o mais adequado é o tipo de cabelo. Cabelos negros, mais difíceis de alisar, requerem substâncias mais potentes, como o hidróxido de potássio. No caso de cabelos finos ou previamente tingidos, que são frágeis e podem se tornar quebradiços com essa substância, recomenda-se tioglicolato de amônio ou ácido tioglicólico. A carbocisteína também é um produto seguro, mas não alisa completamente, só relaxa os cachos.
Estudos feitos até o presente mostram que o uso contínuo de produtos alisantes sem formol, em indivíduos não alérgicos, não causa problemas à saúde.
O cabeleireiro deve saber qual o produto mais adequado para alisamento na escova progressiva que ele usa. Mesmo assim, convém verificar se não há adição de outros produtos à fórmula comercial aplicada. Quando se adiciona formol, o odor característico é percebido pelo cliente e por quem está na área de aplicação.
Fabiane Mulinari Brenner
Serviço de Dermatologia
Hospital de Clínicas
Universidade Federal do Paraná
Texto originalmente publicado na CH 308 (outubro de 2013).