Além disso, fatores genéticos influenciam nossa aparência, como a cor dos olhos, dos cabelos (sem tratamento para coloração) e da pele, a robustez física e traços do crânio e da face. No Brasil, as enormes diferenças socioeconômicas entre as regiões têm um profundo impacto sobre aspectos como crescimento e aparência física dos indivíduos.
Além disso, a cultura nos tem permitido migrar e ocupar praticamente todos os continentes do planeta, o que muito contribuiu para a diversidade étnica encontrada hoje. No Brasil em particular, essa diversidade é enorme em função das muitas ondas migratórias que aqui chegaram: primeiro, os nativos americanos (‘índios’), há cerca de 12 mil anos; depois, os portugueses, no século 16; os africanos, no século 17; e, no século 20, os alemães, italianos, poloneses, espanhóis, japoneses, chineses, entre outros que vieram substituir a mão-de-obra escrava e se instalaram em diversos pontos do país.
Por outro lado, é importante lembrar que as aparências externas (fenótipo) são coordenadas por poucos genes e demonstram simplesmente a nossa enorme capacidade de nos adaptarmos ao ambiente. Hoje, já está claro para os cientistas que somos uma espécie bastante politípica (com diversas formas), mas ao mesmo tempo muito homogênea geneticamente, o que significa que, passadas as diferenças superficiais – literalmente –, somos todos iguais e temos as mesmas capacidades.
Hilton P. Silva
Museu Nacional,
Universidade Federal do Rio de Janeiro