Desenvolvimento da placa de ateroma (em laranja) no interior do vaso sangüíneo
Um composto desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), batizado de LipoCardium, poderá tratar e até prevenir a aterosclerose. Originada por fatores como hipertensão arterial, consumo excessivo de gorduras e tabagismo, a aterosclerose é uma inflamação na parede dos vasos sangüíneos que reduz seu diâmetro interno, devido ao acúmulo de placas de gordura chamadas ateromas, dificultando, assim, a passagem do sangue. O novo produto utiliza uma substância com estrutura semelhante à das gorduras: as prostaglandinas, pequenas moléculas com ação antiinflamatória formadas no interior das células. Por serem tóxicas para o organismo, essas moléculas são injetadas na corrente sangüínea dentro de pequenas ‘capas’, chamadas lipossomos, e liberadas apenas no local exato da lesão.
Segundo Homem de Bittencourt, serão necessários pelo menos cinco anos para que o novo composto esteja disponível no mercado. “Ainda precisamos fazer mais testes sobre sua toxicidade em camundongos e verificar o limite de segurança para definir as doses a serem administradas. Depois disso, testaremos o LipoCardium em coelhos e cães e, por último, em humanos”, explica. O pesquisador já obteve o registro de patente da nova formulação no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e a UFRGS está negociando a produção do medicamento por indústrias farmacêuticas brasileiras.
Catarina Chagas