Os animais e vegetais podem se preservar como fósseis de diferentes maneiras. Um organismo se fossiliza como resultado de um conjunto de processos que ocorrem a partir de sua morte e seu sepultamento. Os animais que possuem partes duras, com um esqueleto mineralizado (concha dos moluscos, por exemplo), e as partes mais resistentes dos vegetais (troncos e galhos) têm maiores chances de se preservar. Animais que não apresentam esqueleto, como os invertebrados sem concha, e as partes mais delicadas dos vegetais (flores e frutos) têm um potencial muito baixo de fossilização.
Dependendo das condições ambientais, o organismo, após sua morte, poderá se preservar de diferentes maneiras: através da moldagem (impressão, por contato, de seu corpo em sedimentos, como areias e argilas, que se consolidam no decorrer do tempo geológico e se transformam em rocha, mantendo a forma original do organismo), incrustação mineral, substituição das partes moles por substâncias minerais, mumificação ou congelamento. Pode também ocorrer a preservação dos registros da atividade biológica dos organismos quando vivos. São os icnofósseis, que incluem as pegadas e as fezes fossilizadas (coprólitos).
Para a datação dos fósseis é usada sua posição dentro da sucessão de estratos rochosos que compõem a crosta terrestre. Trata-se de um tipo de datação conhecida como datação relativa. Os estratos mais inferiores da crosta terrestre são os mais antigos, assim como todo o conteúdo fossilífero neles existente. Havendo minerais radioativos nas rochas desses estratos, existe a possibilidade de uma datação radiométrica ou absoluta – baseada na quantidade de átomos radioativos ainda presente nesses minerais e em sua meia-vida (tempo necessário para que o número inicial de átomos radioativos se reduza à metade) –, o que possibilita então a definição de idades quantificadas em milhares ou, mais comumente, em milhões de anos.
Ismar de Souza Carvalho
Departamento de Geologia,
Universidade Federal do Rio de Janeiro