As primeiras imagens geradas pelo CBERS (Satélite Sino-brasileiro de Recursos Terrestres, na sigla em inglês) fora do Brasil e da China foram divulgadas em março último. A experiência bem-sucedida ocorreu na Agência de Pesquisa Geológica dos Estados Unidos e marcou um importante passo rumo ao reconhecimento e aceitação internacional do programa.
Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com o governo chinês, o CBERS tem entre seus objetivos promover a utilização pacífica do espaço e fomentar o desenvolvimento social econômico, tecnológico e ambiental de diversas regiões do mundo. O CBERS é um programa de sensoriamento remoto por satélite, que produz imagens da superfície da Terra em alta resolução, com aplicações que vão desde mapas de desflorestamento até estudos na área de desenvolvimento urbano de grandes cidades.
Por enquanto, os únicos países no mundo capazes de receber imagens do sistema CBERS são Brasil e China. Mas a experiência realizada nos Estados Unidos foi o primeiro teste para uma tecnologia desenvolvida no Inpe que permite adaptar as estações receptoras de outros sistemas às especificidades do CBERS, etapa fundamental para tornar mundial o programa sino-brasileiro. As imagens geradas pelo CBERS já tinham sido liberadas gratuitamente pelo governo brasileiro para usuários dentro do Brasil desde 2004. Por causa disso, o país é hoje o maior distribuidor mundial de imagens de satélite, com quase 200 mil imagens divulgadas só para usuários nacionais.
Em março, Brasil e China também firmaram um acordo para a liberação gratuita dessas imagens para usuários de toda a América do Sul. Os próprios norte-americanos já utilizam imagens geradas pelo CBERS, para suprir as cada vez mais freqüentes falhas de seu próprio sistema, o Landsat, cujos satélites já esgotaram seu tempo de vida útil.
Atualmente é o satélite CBERS 2, lançado em 2003, que envia imagens da Terra para os pesquisadores. Esse é apenas o segundo satélite lançado pelo sistema mas, até 2011, estão previstos os lançamentos de mais quatro. “Assim podemos manter o sistema atualizado e atender as diversas necessidades da sociedade”, explica José Carlos Neves Epiphanio, coordenador do Programa de Aplicações CBERS.
Redação
Ciência Hoje/ RJ.