A quinta edição da Feira de Inovação Tecnológica (Inovatec), realizada em Belo Horizonte (MG) em outubro último, teve como objetivo fazer a ponte entre as instituições de ensino e pesquisa nacionais e as empresas de modo a promover a transferência de tecnologia e a criação de novos produtos para o mercado. Durante os três dias da feira, os pesquisadores tiveram a oportunidade de apresentar seus projetos a representantes da indústria e firmar acordos de inovação. Entre as tecnologias apresentadas estava uma luva para pessoas que perderam o movimento da mão.

Sempre ouvimos falar de próteses, substitutos artificiais para membros do corpo que foram perdidos. Mas o que acontece se uma pessoa perde apenas a função do braço, por exemplo? Nesse caso, o que ela precisa é de uma órtese, como a luva desenvolvida pelo Laboratório de Bioengenharia (Labbio) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Nascida da demanda levada por uma fisioterapeuta à engenharia da UFMG, a luva tem o objetivo de devolver funcionalidade à mão de alguém que tenha sofrido uma lesão que causou a perda de movimento nesse membro. “Passamos por vários protótipos até chegar ao modelo atual”, informou a engenheira Talita Sono, que faz parte da equipe de Marcos Pinotti, coordenador do Labbio.

A força exercida pela luva é suficiente para realizar 50% das tarefas diárias

A luva possui tendões que conectam as pontas dos dedos a um motor, o qual está ligado a um controlador. Esta unidade lê os impulsos elétricos de um nervo sadio do usuário, captados por eletrodos, e os converte em comandos. “Quando a pessoa contrai o músculo, ativa o motor, que puxa os tendões fechando a mão. Quando relaxa, o motor para e elásticos na parte superior fazem com que a mão abra”, explicou Sono. Segundo ela, a força exercida pela luva é suficiente para realizar 50% das tarefas diárias. “A intenção é que ela seja a mão de apoio do usuário. Por exemplo, ela seguraria o copo e não a jarra quando a pessoa quisesse um copo d’água”, exemplificou.

Sono contou que os pesquisadores agora trabalham para diminuir o tamanho do motor e do controlador, bem como incorporar outras formas de controle, como comando vocal ou mesmo cerebral. O Labbio está sendo apoiado pelo Programa de Incentivo à Inovação da UFMG para transformar a luva em um produto comercial. “Acreditamos que ela deve estar no mercado em 2010”, disse Sono.

Esse foi apenas um dos projetos científicos apresentados na Inovatec. Confira outros, como o capacete que auxilia crianças com paralisia cerebral, o porteiro virtual e a máquina que cria substitutos para a lenha, na matéria ‘Os produtos de amanhã’, publicada na CH de novembro

 

Fred Furtado
Ciência Hoje/RJ

* O jornalista viajou para Belo Horizonte a convite da Inovatec

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