Uma vã tentativa de estudar esse ciclo do ponto de vista microscópico seria aplicar as leis idealizadas pelo físico e matemático inglês Isaac Newton (1642-1727) a cada uma das minúsculas partículas componentes do vapor e, assim, determinar seus movimentos. Através desse ponto de vista, a termodinâmica seria apenas uma conseqüência das leis da mecânica. Essa é a estratégia reducionista, ou seja, dividir o sistema em partes menores, estudar cada parte dele separadamente e, depois, superpor os resultados parciais na tentativa de se obter o comportamento global. O todo seria simplesmente a superposição das partes.
Infelizmente, nesse caso, a estratégia não funciona. Sem contar o fato de não se conhecerem diretamente as forças de interação entre essas partículas quando elas colidem entre si ou contra as paredes da caldeira, há um problema adicional intransponível: estaremos lidando com um número astronômico delas (10 24 ) – o número 1 seguido de 24 zeros! –, o que torna inviável qualquer tentativa de solução das equações de movimento de Newton, pois teríamos que escrever uma equação para cada partícula, com a agravante de que a solução de uma dependerá do resultado das outras. Sem dúvida, tarefa sobre-humana..
Paulo Murilo Castro de Oliveira
Instituto de Física,
Universidade Federal Fluminense.
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