Trecho da Estrada Real próximo a Diamantina (MG).
Fotos: Roney Flávio Ribeiro.

Avaliar heranças culturais, mapear a ocupação de uma região por nossos antepassados, analisar a relação que eles mantinham com o meio ambiente. Esses são alguns dos objetivos de pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas) na busca de informações sobre a Estrada Real, que, ao longo do século 18, era a principal via de ligação entre as cidades de Parati (RJ) e Diamantina (MG). O estudo dos aspectos geográficos e históricos desse trajeto poderá contribuir para o desenvolvimento do turismo responsável na área da Serra do Espinhaço.
 
“Na época do Império, era pela Estrada Real que passavam o ouro e os suprimentos necessários para abastecer as cidades de Minas”, conta o coordenador da pesquisa, o historiador Mário Cleber Martins Lanna Junior, do Curso de História da PUC-Minas. “Com o surgimento das ferrovias, no século 19, o movimento diminuiu, mas os caminhos são utilizados até hoje por moradores locais.” O trecho da Estrada selecionado para o estudo cerca a borda meridional da serra do Espinhaço, abrangendo as cidades de Santana do Riacho, Conceição do Mato Dentro e Serro, que se desenvolveram nas proximidades de Diamantina, referência para a exploração mineral no século 18.
 
Lanna explica que o projeto contemplou diferentes abordagens sobre o tema e contou com a participação de diversos profissionais da PUC-Minas, entre eles, os geógrafos Alecir Antônio Maciel Moreira e Valnei Pereira, do Curso de Geografia, e a historiadora Maria Paula Dias Couto Paes, do Curso de História. A função dos historiadores envolvidos foi reunir relatos e documentos da época para uma análise conjunta. Já os geógrafos analisaram o espaço físico através de mapas da região confeccionados especialmente para o projeto.

Trecho da serra do Espinhaço, vendo-se o pico do Itambé, em fotografia feita em Milho Verde, distrito do Serro (MG).

“O turismo é o ponto de encontro dessas duas disciplinas abrangidas pelo estudo”, completa Lanna. Segundo o pesquisador, o turismo tem potencial para transformar essas pequenas cidades e favorecer seu crescimento. “A exploração turística consciente valoriza e acrescenta ao lugar um novo uso”, aposta. “Uma senzala, por exemplo, pode renascer sob a forma de centro de artesanato, sem perder seu valor histórico.” Os resultados da pesquisa farão parte de uma grande publicação para incentivar o interesse pela Estrada Real.

Catarina Chagas

Ciência Hoje/RJ

 

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