A resenha de As nadadoras é um convite para se assistir ao filme, que permite desenvolver em sala de aula uma abordagem sobre o refúgio, a partir do cotidiano das protagonistas, as duas jovens sírias. A temática do refúgio está presente em jornais, revistas, sites de internet e até livros didáticos. Entretanto, é costumeiramente abordada através de estatísticas e notícias que estão mais focadas em números do que nas particularidades que envolvem o refúgio e os diferentes grupos sociais que estão nestas condições. Pouco se fala sobre a dimensão humana que envolve fugir de seu país em função de ameaça, perseguição (política, religiosa, étnico-racial, dentre outras) ou guerra. Portanto, é importante que a educação seja um espaço para compreender este processo e humanizá-lo. Quando nos aprofundamos em algumas das inúmeras histórias sobre refúgios, torna-se possível compreender todo esse movimento e até mesmo realizar com as/os estudantes um exercício de empatia, quando nos colocamos nos lugares daquelas pessoas.
Na resenha que realiza sobre o livro O despertar de tudo: uma nova história da humanidade, de David Graeber e David Wengrow, Lucas Cabral nos apresenta uma discussão sobre a trajetória da espécie humana, a partir do conceito de teleologia. Determinada visão de humanidade, herdeira do Iluminismo do século 18, hierarquizou as sociedades de acordo com suas capacidades tecnológicas, ou seja, de acordo com sua capacidade de intervir sobre a natureza (entendida como um conjunto do qual os seres humanos se encontram separados). Dessa forma, a história da humanidade seria a história do desenvolvimento dessas tecnologias, lida como um caminho linear e positivo. Por esse motivo, sociedades do presente com outros tipos de desenvolvimento tecnológico tendem a ser classificadas como atrasadas. A partir da presente resenha, podemos propor uma atividade pedagógica questionando essa teleologia, utilizando um conjunto de notícias bastante recente, relativo ao genocídio do povo Yanomami.
A entrevista Por menos lixo na Baía de Guanabara aborda a importância de desenvolver estratégias para o combate ao lixo no mar. Respondendo às questões da Ciência Hoje, Susana Vinzon, coordenadora do projeto Orla Sem Lixo, desenvolvido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro na orla da cidade universitária, relata ações desenvolvidas para diminuir o impacto do lixo na Baía de Guanabara. Assim, a entrevista possibilita explorar questões socioambientais, geográficas e aquelas pertinentes à preservação da diversidade do ecossistema marinho.
Na coluna ‘Cultura Oceânica’, o texto A poupança da natureza aborda a importância das Unidades de Conservação (UCs) em ambientes marinhos para a sustentabilidade. Ao exemplificar duas UCs de grupos de manejo distintos, o texto possibilita o aprofundamento de conceitos sobre unidades de conservação para a compreensão desta estratégia de preservação/conservação contextualizando debates que perpassam as disciplinas biologia e geografia.
O efetivo cumprimento da lei 10.649/2003, complementada pela lei 11.645/2008, que determina o ensino de História e cultura africana, afro-brasileira e indígena em todas as escolas do país, não envolve apenas o ensino de temas e processos vinculados à história e trajetórias desses grupos, mas também a apropriação de seus conceitos e formas de agência pela comunidade escolar, de modo a construir relações e saberes alternativos à racionalidade ocidental hegemônica.
O texto Fogo: da catástrofe à conservação ambiental é rico por contextualizar a relevância e o papel do fogo sob uma ótica pouco explorada. A partir deste texto em que o fogo é tratado como um ativo ambiental, é possível criar estratégias didáticas investigativas para abordar conhecimentos da biologia e de outras disciplinas, especialmente a geografia.