Existem pesquisas sobre o uso de células-tronco para tratamento dos males de Alzheimer e de Parkinson?

Sim, de fato existem pesquisas sobre o possível uso de células-tronco no tratamento das doenças de Alzheimer e de Parkinson. Entretanto, é importante ressaltar que ainda não está certo se essas células poderão de fato ser usadas para tratar tais doenças neurodegenerativas. Caso possam ser aplicadas, ainda devemos esperar cerca de cinco a 10 anos para que seja possível utilizá-las em transplantes no cérebro. Recentemente, as primeiras células-tronco do sistema nervoso foram obtidas em laboratório.
 
Os cientistas concordam que, se as células-tronco puderem ser usadas, provavelmente elas serão apenas parte da cura, não serão as únicas responsáveis por um tratamento de total sucesso. No caso da doença de Alzheimer, por exemplo, dependendo do estágio de progressão em que o paciente se encontra, várias células em locais distintos do cérebro podem estar danificadas. Assim, torna-se difícil determinar, enquanto a pessoa ainda está viva, quais células são necessárias e em que áreas exatamente.
 
Caso venha a ser possível o tratamento com células-tronco no início da doença, esta provavelmente seria a melhor maneira de tratamento, que poderia prevenir o quadro degenerativo. Outra possibilidade interessante consiste no uso de substâncias conhecidas como fatores de crescimento, que poderiam ser utilizados de maneira segura para estimular o crescimento das células-tronco que já existem no cérebro de todos nós, mas permanecem ‘adormecidas’ sem esse estímulo. No caso específico da doença de Parkinson, as áreas afetadas no cérebro são mais restritas e, por isso, acredita-se no sucesso do uso de células-tronco como possível terapia, caso as pesquisas em animais venham a ser bem-sucedidas.
 
Ainda assim, seria necessário parar a evolução dessas doenças. Importantes progressos foram feitos nos últimos anos, e hoje os pesquisadores já conhecem alguns ‘vilões’ responsáveis por causar as doenças de Alzheimer e Parkinson. O sucesso no tratamento desses males devastadores provavelmente envolverá mais de um tipo de tratamento.

Fernanda Guarino de Felice
Instituto de Bioquímica Médica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro.

 

Outros conteúdos desta edição

Outros conteúdos nesta categoria

614_256 att-22975
614_256 att-22985
614_256 att-22993
614_256 att-22995
614_256 att-22987
614_256 att-22991
614_256 att-22989
614_256 att-22999
614_256 att-22983
614_256 att-22997
614_256 att-22963
614_256 att-22937
614_256 att-22931
614_256 att-22965
614_256 att-23039