Onde estaria a tão sonhada fonte da juventude? O estudo das populações longevas pode dar algumas pistas. É o caso de Maués, município no interior do Amazonas, onde a população de 50 mil habitantes tem o dobro da média nacional de pessoas com mais de 80 anos: 1% contra 0,5%.
Os idosos da floresta são tão numerosos que despertaram a atenção de pesquisadores das universidades do Amazonas, do Rio Grande do Sul e de León, na Espanha. Desde 2007, eles tentam descobrir as possíveis causas da longevidade na região. O estilo de vida e a dieta natural dos ribeirinhos são algumas das principais apostas.
“Eles se alimentam basicamente de peixes, proteínas de baixo peso molecular, gorduras não saturadas, derivados da mandioca e frutos da floresta. O fator nutricional influencia muito a alta expectativa de vida dessa população”, explica o médico Euler Ribeiro, coordenador da pesquisa e diretor da Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI) da Universidade do Estado do Amazonas.
A prática constante de exercícios físicos e os baixos níveis de estresse também favorecem os longevos de Maués. “Os índices de obesidade, depressão, dislipidemia e osteoporose são bem menores se comparados aos dos moradores da capital, Manaus”, afirma.
Semelhante às famosas dietas do Mediterrâneo e da Ásia – reconhecidas por diminuírem doenças crônicas e aumentarem a expectativa de vida –, a dieta amazônica tem um ingrediente especial que, acredita Ribeiro, pode fazer toda a diferença: o guaraná.
“É um alimento funcional, três em um. Tem mais cafeína do que o café, mais teobromina que o cacau e mais catequinas que o chá verde. Pesquisas científicas comprovam sua ação anti-infamatória e modeladora do sangue, além da eficácia contra acidente vascular cerebral, infarto e diabetes.
Vale ser tomado em pequenas proporções todos os dias, mas sem exageros”, aconselha Ribeiro.
Ana Paula Monte
Ciência Hoje / RJ