A cor azul do nosso céu se deve ao fato de que a componente azul da luz solar – que, apesar de a enxergarmos como branca, é, na verdade, composta por todas as cores que vemos no arco-íris – é espalhada em todas as direções enquanto atravessa nossa atmosfera, por causa dos gases nela contidos. A cor azul é mais espalhada do que as outras cores por ter o comprimento de onda da mesma ordem de grandeza das moléculas atmosféricas.
Nosso pôr do sol é avermelhado devido ao mesmo fenômeno. Com o Sol perto do horizonte, sua luz, para nos alcançar, precisa atravessar uma camada maior da atmosfera. Nesse percurso maior, a componente azul se espalha tanto que acaba não chegando aos nossos olhos. Sobra apenas a faixa do amarelo ao vermelho, que sofre menos dispersão.
E nos outros planetas? Vamos analisar alguns casos.
Em Mercúrio, como praticamente não existe atmosfera, o céu é escuro durante o dia, pois não há espalhamento da luz solar. Assim como na Lua, poderíamos ver o Sol e as estrelas simultaneamente. Em Vênus, ocorre o contrário, por ter uma atmosfera extremamente densa, o céu está permanentemente nublado, encoberto.
Em Marte, ocorre o fenômeno de cores oposto ao da Terra. Lá, é a componente vermelha da luz solar que é mais espalhada, pois seu comprimento de onda é da ordem de grandeza das incontáveis partículas de poeira em suspensão na sua atmosfera rarefeita. Então, em Marte, o céu é avermelhado durante o dia, e seu pôr do sol é azulado.
Nos gigantes gasosos Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, não há uma superfície sólida onde poderíamos nos assentar para apreciar o céu desses planetas.
Eugênio Reis Neto
Coordenação de Educação em Ciências
Museu de Astronomia e Ciências Afins