O mosquito Anopheles funestus é um dos mais importantes vetores da malária na África, onde se concentram mais de 80% dos casos e mortes da doença. No Brasil, esse papel é desempenhado pelo A. darlingi . (foto:CDC/James Gathany,Frank Collins, Univ. Notre Dame)
Moree deixa claro que não se trata de desviar dinheiro da pesquisa sobre Aids para a da malária. “Não há excesso de recursos financeiros no combate ao HIV, mas existe relativamente pouca verba direcionada para a luta contra o Plasmodium ”, compara. Para ela, isso acontece porque a Aids está presente no mundo inteiro e, portanto, as pessoas estão conscientes do problema – há mobilizações, campanhas etc. No caso da malária, a situação é diferente, já que a doença está concentrada nas áreas pobres do planeta. “Muitos daqueles que poderiam fazer algo simplesmente não sabem o bastante sobre o que está acontecendo”, afirma Moree.
Embora a GSK seja uma companhia particular, que visa lucros, Moree diz que a MVI está atuando junto com a empresa para que uma futura vacina seja vendida a preços acessíveis. Além disso, ela vem mobilizando a comunidade internacional no sentido de fazer com que esse e outros produtos cheguem às populações carentes. Segundo a microbióloga, a vacina testada em Moçambique ainda precisa passar pela fase 3 de testes clínicos. Ela acredita que ainda seriam necessários, pelos menos, mais cinco anos até a substância poder ser disponibilizada.
Fred Furtado