O fentanil é um opioide, ou seja, pertence à mesma classe de drogas da morfina e heroína, sendo ainda mais potente do que essas duas. Os usuários de fentanil podem experimentar uma sensação muito agradável de euforia, seguida de relaxamento. É uma droga que induz dependência muito rapidamente e, com o passar do tempo, a pessoa fica paranoica, com falta de motivação e não consegue parar de usá-la, principalmente por causa dos sintomas da abstinência que são extremamente desagradáveis (confusão mental, diarreia, irritabilidade, dor muscular, tremores).
O fentanil é usado como analgésico em casos de dor relacionada ao câncer ou outra dor crônica forte, e mesmo para reduzir a dor no pós-operatório.
É uma droga que deve ser monitorada por profissionais de saúde.
Em geral, os efeitos colaterais mais comuns são náusea, vômito, tontura, muita constipação e sensação de embriaguez.
Há vários casos de morte associados ao uso inadequado de fentanil, resultante principalmente de sobredosagem e de seu uso prolongado.
A utilização do fentanil por muito tempo acarreta tolerância, ou seja, ele começa a perder seu efeito. Por conta disso, é necessário aumentar a dose para atingir o mesmo efeito inicial. Pode ocorrer também hiperalgesia (a pessoa fica mais sensível à dor).
Em caso de sobredose, o indivíduo apresenta estado mental alterado, hipoventilação (respiração curta e lenta), miose (a pupila fica contraída, do tamanho da cabeça de um alfinete), pode ocorrer edema pulmonar, pressão arterial baixa (hipotensão), redução do ritmo cardíaco (bradicardia), contração muscular (mioclonia), convulsão e depressão respiratória, chegando ao coma e à morte.
Rosana Camarini
Departamento de Farmacologia
Instituto de Ciências Biomédicas
Universidade de São Paulo