Um destino mais nobre aos resíduos da indústria madeireira. Com esse objetivo, uma casa com roletes, restos do processo de obtenção de lâminas para a fabricação de compensado, foi construída em Manaus como resultado de estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (Inpa).

“Atualmente, esse resíduo é queimado para produção de energia nas fábricas de compensado”, diz o engenheiro florestal Basílio Vianez, pesquisador do Inpa que coordenou a construção. “O emprego do resíduo em moradias é uma forma de valorizar essa matéria-prima subutilizada”, complementa. 

“O emprego do resíduo em moradias é uma forma de valorizar essa matéria-prima subutilizada”

O rolete é a sobra do processo de torneamento, em que a tora é ‘desenrolada’ em uma máquina (o torno) que, aos poucos, reduz o diâmetro da peça. Depois de certo ponto, o equipamento não consegue mais continuar o processo e o que sobra é um cilindro correspondente ao miolo da tora: o rolete.

Ao passo que as casas de madeira tradicionalmente construídas no Brasil utilizam tábuas, coluna e vigas, as paredes da casa feita com roletes foram construídas como casas de toras. Os roletes são dispostos na posição horizontal e admitem diferentes padrões de encaixe entre eles.

Interior da casa de roletes
Interior da casa. As paredes foram construídas como casas de toras. Os roletes são dispos¬tos na posição horizontal e admitem diferentes padrões de encaixe entre eles. (foto: Basílio Vianez)

“Para tornar o processo de construção mais fácil e, portanto, reprodutível, optamos por utilizar o tipo de encaixe mais simples, conhecido como ‘método sueco’, com rebaixes que se entrecruzam nas suas extremidades”, conta Vianez. “No nosso projeto, basta ter uma serra circular de bancada para processar os roletes”, ressalta.

O engenheiro destaca ainda que é necessário fazer um acompanhamento do material usado para verificar o seu desempenho ao longo do tempo. O protótipo da casa, com 49 m2, foi desenvolvido com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e construído no Bosque da Ciência do Inpa. “O bosque é muito visitado por crianças e pretendemos que a casa seja um lugar para atividades lúdicas e de leitura”, diz.

Joyce Santos
Ciência Hoje/ RJ

Texto originalmente publicado na CH 299 (dezembro de 2012).

Outros conteúdos desta edição

614_256 att-22216
614_256 att-22214
614_256 att-22212
614_256 att-22210
614_256 att-22208
614_256 att-22206
614_256 att-22204
614_256 att-22200
614_256 att-22198
614_256 att-22196
614_256 att-22194
614_256 att-22192
614_256 att-22190
614_256 att-22188
614_256 att-22186

Outros conteúdos nesta categoria

614_256 att-22975
614_256 att-22985
614_256 att-22993
614_256 att-22995
614_256 att-22987
614_256 att-22991
614_256 att-22989
614_256 att-22999
614_256 att-22983
614_256 att-22997
614_256 att-22963
614_256 att-22937
614_256 att-22931
614_256 att-22965
614_256 att-23039