Por que as órbitas dos planetas são elípticas, e não circulares?

Antes de Falarmos das Órbitas em si, é bom lembrarmos de algumas noções de geometria. Afinal, círculos são elipses também, embora pouca gente se lembre disso no dia a dia! E as órbitas não são ‘apenas’ elípticas. Elas podem ter a forma de qualquer uma das curvas cônicas (elipse, parábola e hipérbole), lembrando, mais uma vez, que o círculo é uma elipse muito especial (sem achatamento, ou, em termos técnicos, com excentricidade zero).

Das curvas cônicas citadas, somente a elipse é fechada, e, por isso, sempre pensamos nela como uma órbita; mas parábola e hipérbole também representam órbitas! São abertas e, por isso mesmo, se referem a órbitas não periódicas (como as da maioria dos cometas, justamente aqueles dos que nem ouvimos falar por não serem periódicos).

Mas, como o leitor foi preciso em sua pergunta e mencionou apenas os planetas, dizemos que sim, as suas órbitas são elipses! Em nosso sistema solar, são elipses de baixíssima excentricidade, ou seja, quase circulares! Mas, ainda assim, elipses (e não círculos).

Isso acontece basicamente por conta de perturbações externas, da influência gravitacional de outros corpos. Se um sistema for composto apenas de dois corpos, e esses dois corpos forem deixados à deriva, sujeitos apenas à atração gravitacional mútua, o equilíbrio dinâmico se traduziria em órbitas circulares ao redor do centro de massa do sistema. Mas há muitos e muitos objetos no sistema solar, e a interação não é simples. Ao longo dos cerca de 5 bilhões de anos de atuação gravitacional, as órbitas elípticas dos planetas são o que mais se aproxima da estabilidade.

E, acredite, nem isso é 100% verdade. Hoje, sabemos, graças à teoria do caos, que as elipses orbitais não são perfeitas; há movimentos de precessão (mudança do eixo de rotação de um objeto) e outros, ainda mais imprevisíveis, que nos mostram que o sistema solar ainda não atingiu seu equilíbrio dinâmico!

 

Alexandre Cherman
Fundação Planetário da Cidade do Rio de Janeiro

Comentários (2)

  1. Essa explicação é como a de que o tomate vem da salada.
    dizer que as orbitas são elipticas por influencia de outros corpos celestes pressupoe que os corpos que influenciam a orbita da Terra fariam com que Marte tivesse a mesma forma da orbita terrestre o que não tem nada a ver.
    Kepler deve ter descoberto qual a razão desse fenômeno mas ninguem ficou sabendo.

  2. Fernando C. S. Guimarães

    Existe algum movimento do planeta terra oscilando entre os focos dessa elipse?
    Qual seria esse período?
    A lua acompanha também um formato elíptico?

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