Até agora, existem muito poucos estudos sobre o vírus Mayaro na literatura científica, mas é interessante notar que uma boa parte deles vem sendo desenvolvida no Brasil, por pesquisadores brasileiros.
O vírus Mayaro foi isolado em 1954 em Trinidad e Tobago, e desde então foi encontrado somente nas Américas, com casos registrados especialmente nos países que têm florestas tropicais, como a amazônica e as florestas da América Central.
Até o momento, a maioria dos casos foi registrada em regiões rurais, onde o vírus parece ser transmitido por mosquitos do gênero Haemagogus. Mas, como já foi demonstrado em experimentos que o vírus pode ser transmitido eficientemente por mosquitos do gênero Aedes, incluindo o Aedes aegypti, existe um risco concreto de sua disseminação em centros urbanos, levando a um grande aumento da exposição humana ao vírus Mayaro.
Acredita-se que sua ocorrência seja muito subestimada, devido à semelhança dos seus sintomas com os da dengue e da febre Chikungunya, além da ausência de um teste diagnóstico de rotina nos centros de saúde.
Os sintomas causados pela infecção do vírus Mayaro se parecem com os de outras viroses, como febre, dores de cabeça, dores no corpo, manchas na pele (rash), diarreia e vômito. Mas a doença pode evoluir para uma artralgia (dores nas articulações) bastante debilitante, que pode perdurar por muitos meses, de modo semelhante ao que ocorre nas infecções por outros vírus pertencentes ao mesmo gênero, como o da Chikungunya.
Infelizmente, ainda não há nenhuma vacina que proteja contra essa infecção.
Andrea da Poian
Instituto de Bioquímica Médica
Universidade Federal do Rio de Janeiro