Células dendríticas (foto: José Alexandre M. Barbuto)
“Alguns ainda estão estáveis”, acrescenta o imunologista José Alexandre M. Barbuto, responsável pelo estudo. Ele conta que a Hybricell é formada a partir da fusão (híbridos celulares) de células tumorais do paciente com células dendríticas (que incorporam pedaços de agentes patogênicos para direcionar o sistema imune contra eles) de uma pessoa sadia. “Os tumores têm maneiras de escapar das defesas do organismo. Através desses híbridos celulares, utilizamos a capacidade de ativação imune das células dendríticas e as características do tumor para ensinar ao corpo como reconhecê-lo”, explica Barbuto.
Para testar o tratamento, foram aplicadas pelo menos duas doses da vacina, com intervalo de seis semanas, em 70 pacientes. Para a utilização clínica, as inoculações devem continuar até que os resultados sejam satisfatórios, a quantidade de células tumorais extraídas do paciente para a produção da vacina se esgote – e uma nova retirada não compense os prejuízos de outra cirurgia –, ou até que o câncer progrida – o que levaria à necessidade de outros tratamentos. Segundo o imunologista, a vacina não tem efeitos colaterais significativos, a não ser vermelhidão (eritema) no local da aplicação e febre. A Hybricell já está disponível no mercado.
A Redação
Ciência Hoje / Rj