Antes de discutir como se salva uma espécie da extinção, é necessário entender o que significa ‘estar ameaçada de extinção’, ou seja, por que ela está desaparecendo. Existe uma classificação das espécies quanto a seu grau de ameaça de extinção, mantida pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Ela se baseia em critérios científicos e é regularmente revisada por especialistas de cada grupo de seres vivos.
Os mesmos critérios são usados em vários países, inclusive no Brasil, para a elaboração de suas listas nacionais de espécies ameaçadas de extinção. Quando uma espécie se encaixa em algum dos critérios, é considerada ameaçada. É categorizada como ‘vulnerável’ à extinção, quando a situação é ruim, mas ainda existe uma possibilidade de a espécie ser salva; ‘em perigo’, quando a situação está ruim, mas não tanto; e ‘criticamente em perigo’, quando ela está quase extinta.
Independente da categoria, os critérios para classificar o risco de extinção incluem o número de indivíduos que ainda restam na natureza, quantas populações existem, o tamanho de cada população e a área que ocupam. Existe um número mínimo de indivíduos para considerar que determinada população ou espécie vai conseguir sobreviver e não se extinguir.
Para vários primatas, por exemplo, não adianta deixar um pedacinho de floresta do tamanho de um campo de futebol, porque esse espaço nunca terá alimentação suficiente para muitos animais durante todo o ano, e os filhotes crescidos não terão para onde ir, superlotando mais ainda aquele fragmento de mata.
Para a manutenção de uma população de onças-pintadas, é necessária uma área grande o suficiente para mantê-la saudável (viável ou apta a sobreviver em longo prazo), uma vez que as onças se alimentam de outros animais que também precisariam de muitos indivíduos para sobreviver.
Além disso, para categorizar o grau de ameaça, são considerados fatores genéticos, como a consanguinidade entre os indivíduos e seu sistema social, ou seja, se a espécie é solitária e só forma casais para se reproduzir, se forma famílias, se cada macho vive com várias fêmeas etc.
Se as populações são isoladas e pequenas, os indivíduos acabam cruzando entre si e, por causa desse parentesco, problemas de saúde, que normalmente estão diluídos, se tornam mais comuns, diminuindo ainda mais suas chances de sobrevivência. Assim, para salvar uma espécie da extinção, o primeiro ponto é identificar o que está prejudicando a espécie e tentar reverter ou, pelo menos, reduzir o problema.