O modelo padrão da cosmologia é comumente conhecido como o modelo do Big Bang, nome acidentalmente cunhado pelo astrônomo inglês Fred Hoyle (1915-2001) ao se referir de maneira pejorativa a esse modelo durante um debate com o cosmólogo russo George Gamow (1904-1968), na rádio BBC, em 1949.
O modelo do Big Bang propõe uma história para a evolução do universo na qual o seu passado foi extremamente quente e denso. Porém, o poder preditivo desse modelo só se estende até certo instante no passado.
Apesar de todas as conquistas alcançadas pela cosmologia, ainda há questões fundamentais sem resposta. Em particular, a ciência só sabe que o universo existe há pelo menos 13,7 bilhões de anos, mas não pode afirmar nada sobre o que aconteceu antes disso. Não há evidências observacionais nem teóricas de ter havido ou não um início para o universo.
Outra questão em aberto é o mecanismo da aceleração na expansão atual do universo. Existem várias alternativas possíveis que os cosmólogos agrupam sob o nome de energia escura. Dentro do cenário do modelo padrão, a energia escura funciona como um fluido de pressão negativa que permeia todo o universo e, nesse sentido, seus efeitos são globais.
Por outro lado, as supernovas são explosões que ocorrem nos estágios finais da evolução estelar. Elas são como o último suspiro de vida das estrelas. Apesar da violência e da grande quantidade de energia liberada, esses eventos astrofísicos são locais e não interferem significativamente na evolução do universo como um todo. Por isso, não há uma conexão direta entre supernovas e a causa da atual aceleração do universo.
A comunidade científica terá que buscar alhures a natureza ou a necessidade da energia escura.
Felipe Tovar Falciano
Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas