Antes de responder sobre o envelhecimento desses microrganismos, precisamos lembrar que bactérias são seres unicelulares, que se reproduzem de forma assexuada por fissão binária. Isso quer dizer que cada célula bacteriana se reparte em duas células ‘filhas’, que recebem uma réplica de todo material celular da mãe. 

A princípio, a impressão que temos é que esse processo poderia continuar de modo indefinido, sempre gerando duas novas células e, como consequência, as bactérias permaneceriam eternamente jovens. Mas não é bem assim que funciona. 

Mesmo por fissão binária, as bactérias acabam produzindo células com um lado (polo) mais novo, aquele próximo ao plano de divisão, e um ‘antigo’ – o polo mais distante a esse plano de divisão. 

Esses eventos de divisão, que parecem produzir células-filhas idênticas, na realidade, acabam produzindo herdeiras, que recebem partes novas, e outras herdeiras, que recebem as partes mais usadas. As que recebem partes mais usadas e danificadas continuam se multiplicando por fissão binária, mas em um ritmo mais lento.

Esse tipo de divisão assimétrica é benéfico para as bactérias do ponto de vista evolutivo, porque, em vez de dividir igualmente o material usado entre as duas ‘células-filhas’, uma das ‘células-filhas’ pode ter um recomeço com material celular novo e imaculado, enquanto a outra célula fica com todo o dano. Como resultado, as bactérias que carregam material mais antigo seriam gradualmente perdidas e a população seria dominada pelas ‘células-filhas’ com material mais novo. 

Portanto, por mais incrível que pareça, à medida que se multiplicam, as bactérias envelhecem e rejuvenescem simultaneamente!