A desertificação já afeta o território brasileiro?

Departamento de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca
Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima

CRÉDITO: ADOBE STOCK

A desertificação é um processo de degradação ambiental que ocorre em regiões áridas e semiáridas, levando à perda da capacidade produtiva do solo. Esse fenômeno é causado e acelerado pelas mudanças climáticas e pelo impacto das atividades humanas.

Entre as principais causas da desertificação estão desmatamento, queimadas, agricultura intensiva, irrigação sem controle, pastoreio excessivo e exploração insustentável dos recursos naturais. Essas práticas levam à perda da cobertura vegetal, à erosão do solo e à redução da sua fertilidade. Além disso, a mudança climática global, com o aumento das temperaturas e a redução das chuvas, contribui para agravar a situação.

Os impactos da desertificação são amplos e severos. A perda de biodiversidade é um dos principais problemas, afetando tanto a flora quanto a fauna. A degradação do solo também compromete a agricultura, levando à perda de produção e à insegurança alimentar. As comunidades que dependem dessas terras são as mais afetadas, enfrentando dificuldades econômicas e sociais.

No Brasil, os nove estados do Nordeste, e as regiões norte dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo são classificadas como Áreas Suscetíveis à Desertificação (ASD), segundo a classificação da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD). A Caatinga é o bioma mais afetado por esse processo, porque está totalmente inserido na ASD. Em 2023, os municípios de Abaré, Chorrochó, Curaçá, Juazeiro, Macururé e Rodelas, na Bahia, e Belém do São Francisco e Petrolina, em Pernambuco, foram identificados com clima árido  pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (CEMADEN/MCTI). Para delimitar as áreas consideradas áridas, foi usado o índice de aridez, ou seja, a razão entre a precipitação e a demanda de evaporação da atmosfera, conforme a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD). Quando o índice for menor que 1, significa que a evapotranspiração é maior do que a quantidade de chuva, caracterizando climas mais secos como no bioma da Caatinga. A partir do índice de aridez é possível identificar os locais em que há déficit de água disponível, situação que afeta a produtividade do solo e favorece a ocorrência de degradação do solo, levando, a longo prazo, à desertificação.

A desertificação também tem implicações globais, afetando a segurança hídrica e alimentar, a qualidade do ar e a capacidade de suporte dos ecossistemas. No entanto, é possível combater esse problema por meio de práticas sustentáveis, como a agrofloresta, o manejo adequado do solo e da água, as práticas agroecológicas e a convivência com o semiárido. A conscientização e a cooperação internacional são essenciais para reduzir os efeitos da desertificação e preservar o planeta para as gerações atuais e futuras.

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