Descobertas recentes feitas pela Nasa (agência espacial norte-americana) podem indicar que haveria vida em Marte?

Instituto de Astronomia
Geofísica e Ciências Atmosféricas
Universidade de São Paulo

Figura 1. Detalhe da rocha encontrada em Marte

CRÉDITO: DIVULGAÇÃO

O veículo robotizado Rover Mars Perseverance, projetado pela Nasa, adquiriu recentemente informações sobre uma rocha que está despertando muito interesse na comunidade científica, pela presença de características que poderiam indicar a existência de vida microbiológica no passado do planeta vermelho.

Apelidada de Cheyava Falls, nome de uma cachoeira existente no Grand Canyon norte-americano, a rocha, de dimensões de 1 m por 60 cm, apresentou assinaturas químicas e estruturais que poderiam ter sido criadas por formas de vida há bilhões de anos, época na qual se acredita que Marte tinha água no estado líquido em abundância.

Figura 2. Imagem do robô na região onde a rocha foi descoberta

CRÉDITO: DIVULGAÇÃO

Os instrumentos utilizados para procurar esse tipo de assinatura detectaram a presença de material orgânico, essencial para a constituição de seres vivos como os conhecemos. Além disso, a presença de sulfato de cálcio (material que compõe o giz escolar), que aparece na forma de veios esbranquiçados em pequenas fraturas presentes ao longo da rocha, indica que água em abundância deve ter passado pelo local para depositá-lo.

Também há algo que chama muito a atenção na rocha: a presença de dezenas de pequenas manchas, de formato irregular e tamanho milimétrico, rodeadas de material escuro, semelhantes a manchas da pele de um leopardo. Na Terra, esse tipo de característica nas rochas está comumente  associado à ação de micróbios existentes no subsolo no passado, e ocorre por reações químicas que podem ser a fonte de energia para microrganismos.

A interpretação atual da equipe responsável pela investigação é a de que essa rocha foi gerada a partir de lama contendo compostos orgânicos. Após a transformação desse material em rocha, um fluxo de fluidos teria penetrado em suas fissuras, acarretando o depósito dos veios esbranquiçados. Reações de transformação de minerais presentes na rocha teriam gerado, posteriormente, as manchas observadas.

É importante notar que a simples presença de matéria orgânica não implica a existência de qualquer tipo de vida, pois esses compostos podem também ser gerados por reações químicas sem a presença dela. Amostras da rocha estão seladas na superfície de Marte aguardando a retirada e o  envio para análise na Terra, quando essas hipóteses poderão ser mais bem investigadas.

Vídeo de 1 minuto sobre a descoberta (em inglês, com legendas na mesma língua):
https://www.youtube.com/watch?v=I7v_xuCDwnM

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