Na esteira das ações de preservação das florestas, Carla Madureira, professora e pesquisadora do Departamento de Geografia da UFRJ, defende maior monitoramento do verde urbano e criação de reserva legal para aumentar árvores nas cidades
Na esteira das ações de preservação das florestas, Carla Madureira, professora e pesquisadora do Departamento de Geografia da UFRJ, defende maior monitoramento do verde urbano e criação de reserva legal para aumentar árvores nas cidades
CRÉDITO: FOTO FRED BAILONI

Da casa onde mora, na região oceânica de Niterói, no estado do Rio de Janeiro, a engenheira cartógrafa Carla Madureira, professora e pesquisadora do Departamento de Geografia da UFRJ, vê o mar avançar com a devastação da vegetação de restinga na praia, enquanto a paisagem da orla se verticaliza e ganha cada vez mais prédios. Os espaços verdes estão sumindo, e a constatação não é só pela paisagem da janela: estudos de mapeamento mostram que as cidades têm cada vez menos árvores. O resultado, para além de visual, é de centros urbanos mais vulneráveis a ondas de calor, baixa umidade do ar e inundações, além de uma população mais suscetível a problemas respiratórios e cardíacos. “Deveríamos ter uma reserva legal nas cidades, numa ação similar à que ocorre nos ambientes rurais”, diz a pesquisadora do Laboratório ESPAÇO de Sensoriamento Remoto e Estudos Ambientais.
Em conversa com a CH, Carla mostra como as tecnologias de monitoramento do verde urbano têm avançado, ao mesmo tempo em que os dados revelam que menos de 10% das cidades brasileiras apresentam espaços verdes significativos. O desafio é aumentar esse número, mesmo que em pequenas áreas, que já fazem grande diferença e podem salvar vidas em locais como favelas com menos verde, e nos quais a temperatura pode chegar a sete graus acima da média da cidade. Confira na entrevista a seguir.
CIÊNCIA HOJE: A discussão sobre desmatamento e preservação da Amazônia é um dos principais temas da COP 30 que será realizada no Brasil. Mas a situação tampouco é favorável nas cidades. Os centros urbanos vivem ondas recordes de calor e baixas de umidade do ar históricas, agravadas pela crise climática. Qual é a relação desses fenômenos com a diminuição das árvores nas cidades?
CARLA MADUREIRA: Há décadas existe uma discussão global de como os espaços verdes ajudam a equilibrar a vida na Terra. Apesar de inicialmente esse debate ter sido voltado principalmente para as áreas de florestas, hoje já se discute muito a importância do verde nas cidades, que sentem os vários impactos da diminuição de árvores. A redução de árvores nos centros urbanos afeta a qualidade de vida, diminui a umidade relativa do ar, aumenta as ilhas de calor e a presença de poluição atmosférica e até a chance de inundações, pois as cidades se tornam espaços muito impermeabilizados, que não retêm a água. As cidades convertem os solos permeáveis, seja gramínea, solo exposto, vegetações arbóreas e arbustivas em concreto e asfalto, coberturas que aumentam o calor e reduzem os serviços que essas vegetações poderiam prover.
CH: Qual o papel das árvores na redução de todos esses fenômenos? E quais são os benefícios para a saúde física e mental já comprovados pela ciência do plantio de árvores nas cidades?
CM: Os benefícios começam na sensação de bem-estar quando entramos em um parque ou estamos em um espaço arborizado. As árvores ajudam a reduzir o estresse e a ansiedade e a melhorar a criatividade e o equilíbrio mental. Espaços verdes também diminuem a ocorrência de problemas respiratórios e cardíacos. Estudos comprovam que, em períodos do ano mais suscetíveis a ondas de calor e baixa umidade do ar, as doenças aumentam, e atingem principalmente crianças e idosos. As árvores provêm serviços que lidam com a saúde humana e que, mesmo em pequenas proporções, fazem a diferença nesse contexto das mudanças climáticas, com cada vez mais fenômenos que intensificam o calor. Nas cidades, cada árvore importa.
O verde que está mais em risco nos espaços urbanos é o das áreas privadas. Não existe nenhuma lei sobre isso
CH: O que os estudos de monitoramento e sensoriamento remoto mostram sobre o panorama de desmatamento e a diminuição de árvores nas cidades brasileiras?
CM: Aproximadamente 55% da população mundial reside em espaços urbanos, segundo a ONU. Esse percentual tende a crescer para quase 70% até 2050. Isso significa que há um êxodo importante do rural para o urbano. Para fazer caber todo esse contingente, os ambientes urbanos são transformados de forma cada vez mais acelerada. Reduzem-se os espaços vazios, que são justamente os mais permeáveis e que ajudam no equilíbrio local, gerando uma densificação horizontal da cidade. Ao mesmo tempo, há uma densificação vertical, com áreas tradicionais de casas que dão lugar cada vez mais a prédios. Com isso também vai embora o verde das áreas privadas, dos quintais, a mangueira de casa de vó. O mapeamento e o monitoramento são fundamentais para entendermos essas mudanças e suas lacunas. Nas cidades, isso se dá com voos fotogramétricos, dos quais se extraem esses dados com amplo detalhamento. Mas não é uma tecnologia barata. Menos de 1% das quase seis mil cidades brasileiras têm acesso a uma ferramenta para levantamento dessa magnitude. A alternativa da tecnologia orbital, via satélite, tem melhorado. E, mais recentemente, aumenta o monitoramento com drones. Todo esse arcabouço tecnológico ajuda a detectar quanto verde temos, onde, e quanto estamos perdendo. Recentemente, a rede MapBiomas lançou um relatório que mostrou que menos de 10% das cidades brasileiras apresentam espaços verdes significativos. É alarmante.
CH: Que ações têm sido tomadas para reduzir esse impacto e aumentar o verde devastado das cidades?
CM: Assim como existe uma preocupação mundial com o tema, no Brasil, há cerca de cinco anos, são realizadas algumas ações de cadastro do verde urbano. Há uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente que já mapeou cerca de 500 cidades, mas faltam muitas mais. O resultado desse trabalho pode ser acessado dentro do portal Gov.br, no CAU Cidadão, que indica onde fica o espaço verde mais próximo. Ainda está longe de abranger o país inteiro, mas já mostra algumas dessas áreas. O fato é que deveríamos pensar em ter uma reserva legal nas cidades, a exemplo do que ocorre em ambientes rurais. Quer dizer, se uma empresa quer construir um prédio onde antes havia quatro casas, precisaria manter uma proporção de vegetação parecida à que havia antes. Poderia ser uma porcentagem flutuante, dependendo do ambiente. Mas, se não existir algo assim, se esperarmos que as empresas liderem essa iniciativa, não vai acontecer. O verde que está mais em risco nos espaços urbanos é o das áreas privadas. Não existe nenhuma lei sobre isso. E a preocupação já não é só com a biodiversidade, mas também com a atenuação de vários problemas que já vivemos. O Rio de Janeiro, por exemplo, apesar de ter um percentual altíssimo de verde, ele não é totalmente bem distribuído. Há áreas da cidade em que a carência de verde é imensa, o que é outro problema. Já sabemos também que é preciso não só aumentar os espaços verdes nas cidades, mas conectá-los. Para garantir que determinados serviços aconteçam, não basta ter ilhas verdes, é preciso ter corredores. Escutamos muito falar dos “corredores ecológicos”. Eles permitem a manutenção de muitas vidas, o que ajuda no equilíbrio também de pragas, e na manutenção de habitats, que são mais conservados se estiverem conectados. Participei do projeto “Olho no Verde”, iniciativa importante no monitoramento quase que em tempo real: quando era detectado um desmatamento, na mesma semana era enviado um policial ambiental. Agora, pensamos numa solução que abranja pequenas áreas do espaço urbano. Que seja com uma, duas árvores, isso já é importante. A ideia é trabalhar com a cidade do Rio de Janeiro, que possui as duas maiores florestas urbanas do mundo: a da Pedra Branca e a da Tijuca, ambas parques, um estadual e outro federal. Temos outros ambientes verdes na cidade. O objetivo é tentar mapear cada um desses espaços e entender onde estão as lacunas. Fiquei muito contente de saber que recentemente a Secretaria de Meio Ambiente buscava meios de criação de outros dois novos parques urbanos.
Reforço a ideia da necessidade de criar uma reserva legal: quem quiser densificar espaços nas cidades cortando áreas verdes, deveria compensar isso. Senão, a vida nas cidades será cada vez mais complicada
CH: Existe uma proporção mínima necessária de vegetação para o bem-estar das cidades? O que dizem os estudos sobre essa porcentagem?
CM: Não existe um valor geral de consenso. Mas a Organização Mundial da Saúde estima uma área verde de cerca de 12 m² por habitante, o que muitas vezes é uma árvore apenas. Existem algumas propostas de triplicar esse valor, para cerca de 36 m² por habitante. Mas é um indicativo, não uma regra. Alguns índices são usados no estado do Rio como qualidade verde. É possível avaliar município a município, bairro a bairro, e ver quais são os bairros com melhor qualidade verde e os que estão mais deficientes. Isso ajuda na comparação entre áreas e a verificar quais são as áreas mais críticas, além de auxiliar no monitoramento de melhoras. Não é mais possível falar em IDH sem pensar na questão ambiental. Mas tampouco há uma cartilha global ou mesmo nacional que tenhamos que atender. O que existem são ações locais, governamentais, porque esse é um problema de diferentes escalas. Passa pelo governo, por empresas, pelos cidadãos. Reforço a ideia da necessidade de criar uma reserva legal: quem quiser densificar espaços nas cidades cortando áreas verdes, deveria compensar isso. Senão, a vida nas cidades será cada vez mais complicada.
CH: Mas não basta ser qualquer árvore, certo? O aumento de espaços verdes demanda espécies de árvores específicas, de acordo com cada região?
CM: Não sou especialista nas espécies de árvores, mas é fato que ao longo da nossa história fomos plantando o que achávamos bonito. Normalmente, se buscou a beleza e não a funcionalidade e a condição de adaptação da vegetação. Por isso vemos calçadas que se rompem com raízes horizontalizadas, que levantam, em vez de aprofundarem. A sombra também é importante: árvores que realmente deem sombra trazem mais serviços do que outras. E o ideal é sempre usar árvores nativas. Se estamos no Cerrado, elas são de um tipo. Na Mata Atlântica, ou no Pantanal, são de outro. Precisam ser adaptadas às condições locais, porque são essas condições da geodiversidade que determinam a biodiversidade. Claro que toda árvore importa e ajuda muito. Mas é preciso pensar nas condições locais de forma equacionada: o clima, a umidade, variação de frio, calor. Senão, pensamos que estamos criando uma solução, mas na verdade estamos abrindo espaços para outros problemas.
Em Singapura, os prédios são construídos em camadas, em cascatas de verde para reduzir o impacto do concreto. Em Paris, projetos estão convertendo áreas impermeabilizadas em permeabilizadas, transformando estacionamentos em espaços verdes
CH: Há espaço para aumentar espaços verdes em centros urbanos que já cresceram muito e seguem crescendo, como é o caso de várias cidades brasileiras? O que experiências de outros países têm a nos ensinar?
CM: Portugal criou leis para reduzir a impermeabilização nas cidades, quase como uma reserva legal, com parâmetros estabelecidos de permeabilização. A filha de uma amiga, arquiteta e paisagista, mora em Portugal e trabalha em um projeto belíssimo com cidades tombadas, que são das mais difíceis de se alterar e fazer intervenções estruturais. Então se mapeiam os telhados: verificam aqueles com potencial de virarem telhados verdes, atenuando muitos dos problemas que mencionamos. São novas leituras para melhorar a qualidade de vida dos moradores. O mesmo é feito em outros projetos, mas com paredes verdes. Parece pouco, mas quando aumentamos essas ideias em proporção e distribuição, de alguma forma ajudamos a criar uma manta de proteção para aquela área, combatendo poluição, baixa umidade e alta temperatura. Pode ser que essas áreas não virem habitats de espécies, mas é possível trazer vários serviços que não existiriam numa cidade sem árvores. Em Singapura, os prédios são construídos em camadas, em cascatas de verde para reduzir o impacto do concreto. Em Paris, projetos estão convertendo áreas impermeabilizadas em permeabilizadas, transformando estacionamentos em espaços verdes. Outras cidades já não deixam ninguém estacionar no centro. É preciso parar em um cordão e só se chega ao centro com transporte público. Isso também é importante porque quando falamos de espaços verdes, não falamos só do verde, em si. Envolve também preocupações com resíduos, com soluções mais sustentáveis, transportes alternativos, mais bicicletas.
CH: Quais são os potenciais riscos para o Brasil se o país não adotar medidas urgentes em relação ao plantio de árvores nas cidades? A quem cabe assumir essa frente?
CM: Na escala governamental, é necessário formular políticas e leis que incluam os espaços verdes no planejamento urbano e criem uma agenda realmente efetiva neste sentido. As empresas também têm responsabilidade e deveriam converter parte do que ganham no investimento em recuperação de áreas degradadas. E os cidadãos precisam melhorar sua conscientização. São as pessoas que vivem nos espaços urbanos que deveriam entender a importância de cada árvore e denunciar, criar grupos para brigar por esses espaços. Cada ação local importa em todo o processo. E a sociedade precisa ser trazida para a discussão. Mas, para discutir, precisa entender o que está em jogo. Tem gente que ainda acha que a questão ambiental atrasa a evolução ou o crescimento econômico. Não, são alertas que a ciência grita há muito tempo. E hoje temos tecnologias que dão suporte a tudo isso e que podem ser usadas em mapeamento e monitoramento. É questão de prioridade. As ressacas na orla, por exemplo, são algo que as pessoas não associam à retirada de vegetação. Mas a areia e a água avançam para dentro dos espaços ocupados, onde não há vegetação. Quando há restinga, uma faixinha que seja de 1,5m ou 2m, o mar não avança. E, com restinga, a areia não vai embora, porque mesmo as raízes pequenas ajudam a segurá-la. É uma demonstração do serviço fundamental da faixa da restinga e da manutenção da costa.
As ressacas na orla, por exemplo, são algo que as pessoas não associam à retirada de vegetação. Mas a areia e a água avançam para dentro dos espaços ocupados, onde não há vegetação. Quando há restinga, uma faixinha que seja de 1,5m ou 2m, o mar não avança
CH: Qual é a importância da educação ambiental nas escolas e universidades? E de que forma a população pode participar de ações que impactem no aumento do verde urbano?
CM: A educação nesse sentido ainda é insuficiente, mas tem aumentado. Há uma cobrança interessante e saudável da extensão universitária, para que a universidade saia de seus muros e leve a ciência para a sociedade em geral. E a escola é um dos ambientes mais escolhidos para isso. O programa Cientista do Nosso Estado, da Faperj, exige que durante o projeto sejam realizadas atividades com escolas. Ou seja, minha pesquisa tem que ser aplicada com professores e alunos do ensino fundamental e médio. Também têm surgido ações de mapeamento colaborativo e participativo junto com a sociedade, e com as escolas. São as próprias pessoas que contribuem com suas percepções dos problemas e do que deve ser conservado. Outra iniciativa bacana que vejo aqui e que antes havia visto na Cidade do México é a agricultura urbana. Essa é uma forma de converter pequenos espaços em verde, aumentar a permeabilização, além de trazer pequenos ganhos, do econômico ao coletivo. Nossa consciência precisa mudar. Claro que a biodiversidade continua sendo fundamental e vamos continuar brigando por ela, mas hoje já temos conhecimento para saber que todo verde importa e que, se não conciliarmos alguns ganhos na manutenção do verde, ficaríamos apenas no discurso pelo discurso. É a soma de várias iniciativas que vai fazer a diferença.
A educação nesse sentido ainda é insuficiente, mas tem aumentado. Há uma cobrança interessante e saudável da extensão universitária, para que a universidade saia de seus muros e leve a ciência para a sociedade em geral
Adquirido em leilão por um empresário norte-americano e emprestado para exposição no Museu Americano de História Natural, o esqueleto de um dos estegossauros mais completos do mundo reacendeu a polêmica sobre a compra e venda de fósseis
Diante da ameaça de um mundo devastado pela extração desenfreada de recursos naturais, como o cenário dos filmes Mad Max, o reaproveitamento de um resíduo da produção de aço se destaca como alternativa sustentável para a infraestrutura ferroviária
Professor da USP e coordenador da Cátedra Unesco para a Sustentabilidade do Oceano, Alexander Turra destaca a importância da proteção ao ambiente marinho para regular temperatura da Terra, promover segurança alimentar, gerar energia limpa e fomentar economia azul
Sete anos depois do incêndio, o diretor da instituição, Alexander Kellner, celebra o sucesso da reabertura temporária como um marco da reconstrução e destaca desafios: mais diálogo com a sociedade, mostras digitais, relevância para novas gerações e o recebimento de recursos prometidos
Presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), a biomédica Helena Nader explica impacto de pesquisas e projetos científicos na sociedade e afirma que, da teoria à aplicabilidade, resultados demandam tempo: ‘Não é o retorno do dia seguinte’
Para a CEO da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, Ana Toni, o multilateralismo deve direcionar as negociações da cúpula marcada para novembro em Belém (PA) na busca por menos promessas e mais ações contra a crise ambiental
Pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, Paulo Moutinho alerta para aumento de queimadas, desmatamento e grilagem nas ‘florestas públicas não destinadas’, áreas do tamanho da Espanha, de propriedade dos governos federal e estaduais, ainda sem uso definido
Para Gislene Santos, professora da UFRJ e coordenadora do Grupo de Estudos em Espaço e População (GePop), política de tolerância zero nas fronteiras ditada por Donald Trump vai expor migrantes, inclusive brasileiros, a maior violência e risco
Relatório da Academia Brasileira de Ciências (ABC) dimensiona gravidade de fenômeno acentuado na pandemia e defende liderança de pesquisadores, em conjunto com educação científica e midiática, como armas cruciais de prevenção e combate.
| Cookie | Duração | Descrição |
|---|---|---|
| cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
| cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
| cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
| cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
| cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
| viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |