Quando está presente no Aedes aegypti, a Wolbachia reduz a capacidade do mosquito de transmitir essas doenças. No Estado do Rio, insetos com a bactéria já estão sendo liberados com ameta de derrubar os índices de infecções.
Imagine uma bactéria que pode auxiliar no combate a dengue, Zika e chikungunya? Ela existe, chama-se Wolbachia, e, quando presente no Aedes aegypti, é capaz de reduzir a transmissão dessas doenças. Pesquisas realizadas na Austrália revelam que a ação deste microrganismo pode auxiliar no combate às arboviroses mais temidas do verão brasileiro. Experimentos com o apoio da Wolbachia já estão em andamento no Rio de Janeiro e em Niterói.
Que bactéria é essa?
A Wolbachia foi inicialmente identificada no mosquito Culex pipiens, em 1924, pelos pesquisadores Marshall Herting e Samuel Wolbach – daí o nome Wolbachiapipientis. Naquela época, os cientistas estavam estudando a razão de alguns cruzamentos de linhagens de mosquitos Culex pipiens não originarem prole. Depois de vários estudos, chegou-se à conclusão de que a causa era a Wolbachia. Esse fenômeno é um caso típico de manipulação da reprodução, pois cruzamentos de machos com Wolbachia e fêmeas sem a bactéria levam à infertilidade da fêmea. Por outro lado, fêmeas com Wolbachia podem cruzar com machos com ou sem a bactéria e sempre produzirão filhotes com a Wolbachia. Esse fenômeno, causado por várias cepas de Wolbachia, é chamado de incompatibilidade citoplasmática.