Com muita felicidade, recebi a notícia do Instituto Ciência Hoje (ICH) de que as revistas Ciência Hoje e Ciência Hoje das Crianças voltariam a ser publicadas e que, com isso, a coluna ‘Caçadores de Fósseis’ estaria novamente disponível de forma regular e contínua, como no passado. Nunca é demais lembrar dessa duradoura parceria – a primeira edição da coluna foi publicada em dezembro de 2004 –, algo de que tenho muito orgulho.
Outra novidade é que teremos um blogue, onde passaremos a divulgar os achados no mundo da paleontologia: o Paleocurtas. Serão pelo menos três por semana, talvez até mais, dependendo do ritmo das descobertas. Estou muito animado com esse projeto. A maior possibilidade de interação com você, caro leitor, dará mais dinamismo aos temas. Haja fôlego! Mas assunto não vai faltar.
Por isso mesmo, pensei em abordar na reestreia da coluna um tema mais geral, convidando a uma reflexão: para que serve a paleontologia? Vou mais além: por que, nesses tempos de crise (e que crise!), devemos nos preocupar em investir nas pesquisas paleontológicas?
Acredito que a maioria das pessoas saiba que o objeto de trabalho do paleontólogo são os fósseis, ou seja, todas as evidências da existência da vida em tempos pretéritos. Assim, quando se pensa na importância das pesquisas paleontológicas, logo temos em mente a evolução dos organismos no nosso planeta. Confesso que, na minha opinião, isso já é mais do que suficiente para justificar a necessidade de investimento nesse ramo da ciência básica: saber como os organismos surgiram e se modificaram ao longo do tempo é a única maneira de entender por que a fauna e flora, nos dias de hoje, são como são. Nada trivial e de enorme relevância para a humanidade, ainda mais quando nos lembramos que também a nossa linhagem surgiu há alguns milhões de anos.
Diversos outros aspectos nem sempre são ressaltados, como a importância dos fósseis para a prospecção de alguns bens minerais, com destaque para o petróleo. Sim, sem fóssil não tem petróleo! Sem falar na datação das camadas, onde organismos do passado são fundamentais. Porém, há outro aspecto, nem sempre lembrado, que gosto bastante de destacar: a educação. Poucos são os ramos das ciências que atraem tanto a atenção das pessoas, em especial das crianças, que são o futuro de um país. Não é raro que o primeiro contato com a ciência se dê por meio da curiosidade que os fósseis despertam.
Dinossauros, pterossauros (répteis voadores) e invertebrados gigantes são apenas algumas das criaturas que chamam a atenção das pessoas e as levam para atrações científicas, como os museus de história natural. Movido pela curiosidade em relação aos organismos que viveram há milhões de anos, o visitante passa a ter contato com outras áreas científicas, como a biologia e a geologia, os carros-chefe. Mas também ramos da química, física e matemática são abordados na pesquisa dos fósseis, caracterizando a paleontologia como uma disciplina multidisciplinar por excelência.
Como está a pesquisa paleontológica no Brasil, comparado a outros países? Em termos de América do Sul, não estamos muito mal. Perdemos apenas, em volume, para a Argentina, que já tem uma tradição de longa data. Além disso, naquele país existem mecanismos de incentivo à paleontologia. Se uma empresa quer fazer alguma intervenção em um terreno – para a construção de uma estrada ou para a passagem de um oleoduto, por exemplo – onde se sabe da existência de potencial fossilífero, paleontólogos são contratados para acompanhar os trabalhos. Se foram feitas descobertas, a empresa, obrigatoriamente, deve custear a coleta. Na Argentina, também são oferecidos vários cursos específicos de formação de paleontólogos. Tudo isso faz com que esses profissionais, mesmo diante das grandes dificuldades enfrentadas pelos hermanos, ainda encontrem boas possibilidades de trabalho.
Já em países da Europa, o panorama do estudo dos fósseis é um tanto curioso. Por um lado, existem muitas facilidades para a obtenção de recursos para a pesquisa. Por outro, uma maior dificuldade de encontrar trabalho. Na Itália, a situação é bem complicada. Na Alemanha e França, um pouco melhor. Nos Estados Unidos e Canadá, os problemas são semelhantes aos dos países europeus, mas em grau bem menor: sempre se consegue encontrar uma universidade, ou um museu, com interesse em desenvolver estudos sobre fósseis. Na China, a demanda é crescente, são feitos investimentos de peso em pesquisas e não existem problemas de emprego. E no Brasil? Ainda há muito a fazer, a começar pela questão da falta generalizada de museus. Falando neles, o Museu Nacional está prestes a completar 200 anos. Mas essa é uma outra história…
Alexander W. A. Kellner
Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Academia Brasileira de Ciências
Está mesmo ocorrendo um aquecimento em todo o planeta? Existe alguma relação entre as vacinas e a ocorrência de autismo? Há evidências de que os neandertais acasalaram com os humanos modernos? Confira as respostas de especialistas.
As descobertas recentes do bóson de Higgs e das ondas gravitacionais, que deram veracidade a duas grandes teorias físicas, guardam entre si uma grande incompatibilidade. Essa divergênciaocorre desde a construção das bases dessas teorias, há cerca de um século, e reflete um conflito histórico entre célebres cientistas queserviu como motor do desenvolvimento científico.
Cidades antigas escondidas, cavernas escuras, áreas de florestas fechadas, estrutura de prédios históricos. O sistema LiDAR, tecnologia de varredura a laser, descortina um mundo que estava escondido de nossa visão, com aplicações que vão do planejamento urbano à preservação florestal.
Pesquisadores apresentaram o registro mais antigo da interação entre insetos e plantas preservado em folhas de angiospermas fósseis encontradas na Ilha Nelson, na parte ocidental da Antártica, evidenciando um clima mais ameno na região há 75 milhões de anos
Com ajuda de imagens detalhadas obtidas por técnica sofisticada de tomografia, pesquisadores descreveram o réptil voador extinto mais completo encontrado no continente australiano e que possui afinidade com espécies do Brasil
Espécie de 11 a 15 metros de comprimento foi descoberta em rochas de 47 milhões de anos em uma mina indiana e sugere que o gigantismo alcançado por esses répteis seja decorrente das condições de temperatura de florestas tropicais que existiam naquele país
Dente encontrado em rochas de 34 milhões de anos no Acre indica a inesperada presença de uma linhagem de primatas asiáticos extintos na Amazônia, trazendo novos dados sobre a colonização do continente sul-americano por esses mamíferos
Análise de exemplares coletados em camadas formadas entre 238 e 236 milhões de anos atrás amplia a diversidade de répteis fósseis que antecederam os dinossauros, acentuando as diferenças entre as faunas triássicas do Brasil e da Argentina
Pesquisadores chineses e brasileiros descreveram o mais completo réptil alado de um grupo raro denominado Chaoyangopteridae, que foi encontrado em rochas de cerca de 125 milhões de anos e celebra duas décadas de colaboração entre os dois países na paleontologia
Sociedade de Paleontologia de Vertebrados (Estados Unidos), principal organização que agrega pesquisadores, técnicos, artistas e demais interessados na área, acaba de realizar sua 83a reunião anual, com muitas homenagens e novidades da pesquisa paleontológica
Pesquisadores projetam que a formação de uma extensa massa continental, denominada Pangeia Última, daqui a cerca de 250 milhões de anos, vai gerar condições climáticas extremas, sobretudo um aquecimento global que irá restringir as regiões habitáveis do planeta
Publicada na capa da revista Nature, descrição de réptil fóssil de cerca de 230 milhões de anos encontrado no Brasil sugere que os precursores dos dinossauros e pterossauros eram bem mais diversificados do que se supunha
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Júlia Magalhães Muniz
Tenho um trabalho para fazer de história,e está falando para eu pesquisar sobre tipos de:vestígios arqueólogos,ossos,utensílios ou instrumentos do passado.
eu tenho que descobrir:
-tipo de material;
-onde foi encontrado;
-datação;
-onde está conservado
e eu queria uma ajuda do que eu posso fazer