Em geral, o surgimento de um novo vírus ocorre como consequência de duas situações: em função do processo de evolução natural ou quando um vírus já existente na natureza consegue ganhar acesso a uma nova população. Os vírus só podem se manter na natureza se estiverem infectando uma célula viva. Desta forma, eles precisam ser continuamente transmitidos de um indivíduo para outro.
Quando um indivíduo é infectado, ele desenvolve imunidade, o que irá protegê-lo caso entre novamente em contato com o mesmo vírus. Quando um grande número de indivíduos, em uma população, desenvolve imunidade contra um determinado vírus, fica difícil manter a cadeia de transmissão e esse vírus tende a ser extinto. Assim, como todas as entidades biológicas do planeta, os vírus precisam evoluir para conseguir suplantar as defesas naturais (imunidade) dos indivíduos e continuar a existir.
A evolução de um vírus normalmente ocorre através de mutações, que são alterações no código genético, normalmente provocadas por “erros” durante o processo replicativo. Essas mutações podem ser deletérias para o vírus, resultando em sua destruição; podem ser inócuas, e não induzir qualquer alteração significativa; ou podem ser vantajosas. As mutações vantajosas podem alterar o repertório antigênico, resultando em vírus distintos que conseguem escapar dos mecanismos de defesa imunológica dos indivíduos. Com isso, o vírus pode voltar a infectar o mesmo indivíduo. Um exemplo disso é o que ocorre com o vírus da influenza (vírus da gripe). Esse vírus se caracteriza por sofrer mutações constantes no seu genoma. Logo, o vírus da influenza que estivemos em contato no ano passado, é diferente do vírus da influenza que está circulando ente ano. Em consequência, as defesas imunológicas (anticorpos) que nós adquirimos anteriormente, não nos protegem contra este novo vírus. É por isso que podemos ter gripe várias vezes na vida.
A segunda situação comumente envolvida no surgimento de novos vírus ocorre quando os seres humanos entram em contato com novos nichos ecológicos – por exemplo, com animais silvestres e/ou exóticos – e são infectados por vírus que, embora já existissem, nunca haviam entrado em contato com a população humana. Como esses indivíduos não têm defesas imunológicas específicas contra tal vírus, ele poderá se disseminar rapidamente na população
Depende da estrutura físico-química do vírus em questão. Alguns vírus têm um envoltório externo chamado envelope viral, que é constituído de uma membrana lipoproteica e, consequentemente, pode ser facilmente destruído pela ação de solventes orgânicos (álcool, acetona, clorofórmio, éter) e detergentes. O envelope viral é também sensível a varrições do ambiente como, exposição a calor, variação de umidade e pressão, extremos de pH (ambientes muito ácidos ou muito básicos) etc.
Vírus com envelopes virais podem persistir por algumas horas no ambiente, principalmente se for um local de sombra, mas eventualmente o envelope viral será danificado e o vírus perderá a infecciosidade. Caso o local receba a incidência de raios solares, a tendência é que sejam destruídos mais rapidamente.
Em geral, vírus que causam quadros respiratórios – como o vírus da gripe, o rinovírus (causa resfriado) e os coronavírus – ou transmitidos por saliva – como o vírus herpes simplex – possuem esse envelope e, portanto, são bastante sensíveis a variações do ambiente. Por outro lado, os vírus que não apresentam envelope em sua estrutura são mais resistentes ao tratamento com solventes orgânicos e detergentes e suportam uma ampla faixa de pH, permanecendo infecciosos em ambientes ácidos ou básicos. São também altamente resistentes às variações do ambiente, podendo permanecer infecciosos por semanas ou mesmo meses, inclusive em superfícies inanimadas e ambientes inóspitos como alimentos, água potável e recreacional (piscinas, fontes, chafariz, lagoas, rios e mesmo oceanos), pois resistem aos níveis de cloro utilizados no tratamento da água e a ambientes com alta salinidade.
Vírus que são transmitidos por água e alimentos como o vírus da hepatite A, o norovírus e o rotavírus, possuem essa característica e podem permanecer infecciosos, no ambiente, por períodos extremamente prolongados.
Norma Suely de Oliveira Santos
Instituto de Microbiologia Paulo de Góes
Universidade Federal do Rio de Janeiro
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