Sou reconhecida como antropóloga, mas, antes, sou mulher,a quem o tempo e a experiência ensinaram a viver em voz alta, pois nasci na Amazônia, espaço social onde os sussurros nos assustam diuturnamente. Fui obrigada a lutar para estudar e me fazer profissional. Na política, minha formação compreende a peleja ininterrupta contra os colonialismos de ordem externa e interna que se fazem presentes de muitas formas no cotidiano amazônico. Por isso, cedo me tornei militante, e ao longo dos anos me fiz acadêmica. Entretanto, sou acadêmica porque militante e vice-versa. Expresso-me assim para dizer que combati o machismo, enfrentei a desvalorização imposta às mulheres, discuti a carência de recursos para pesquisa, e lutei contra a violência de gênero. Mulher fazendo ciência enfrenta a discriminação de gênero.
Recebi, em 1973, o título de licenciado pleno em história pela Universidade Federal do Pará (UFPA). À época, os bacharelados tinham sido vetados – dizia-se que pela ditadura, mas, na verdade, não sei, entretanto não duvido. Aproveitei a graduação para estudar e, como os tempos permitiam, comecei a trabalhar aos 17 anos, com autorização provisória do Ministério da Educação e Cultura, como professora de história nos níveis fundamental e médio. Tornei-me especialista em antropologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em 1975. Obtive o título de mestre em antropologia pela Universidade de Brasília (UnB) em 1979, quando o mestrado se estendia por quatro anos. E, em 1999, conquistei o título de doutora em história pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Em março de 2019, completo 49 anos de magistério, dos quais 39 dedicados à instituição que, ainda hoje, me acolhe, a UFPA.
Jane Felipe Beltrão
Programa de Pós-Graduação em Antropologia,
Universidade Federal do Pará
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