O livro nos leva a uma reflexão séria sobre a interação entre os ecossistemas e os sistemas econômicos e todos os seus efeitos sobre a natureza e o próprio destino do planeta Terra
Na atualidade, talvez os tópicos de debate de maior complexidade envolvam a correlação entre os ecossistemas e os sistemas econômicos. O autor Ricardo Iglesias-Rios mergulhou fundo nessa temática e produziu um texto instigante, que nos leva a uma reflexão séria sobre a interação entre essas duas vastíssimas áreas e todas as suas implicações no que concerne à natureza e ao próprio destino do planeta Terra.
Segundo o autor, foram vinte e tantos anos de produção, acompanhada de ampla pesquisa, que aos poucos revelaram muitas correções e ajustes a serem feitos em nossas ideias sobre a natureza e o que fazer para, em tempo, salvar a nossa casa. Iglesias-Rios é muito bem equipado para nos conduzir através do labirinto formado não só pelos cânones da economia e da ecologia, mas também pelo bom senso – tudo isso resultado da sua experiência tanto no ensino quanto em pesquisa de campo. Ele é professor aposentado do Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor emérito visitante do Instituto de Biologia Roberto Alcântara Filho da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
O livro Capitaloceno, a era da barbárie é muito bem escrito e vem salpicado de gráficos e tabelas. Isso faz com que a leitura seja não só informativa, mas também crível. Tenho certeza de que a obra vai animar muitas reuniões de ecólogos e economistas, e ficaremos torcendo para que as ideias apresentadas inspirem as novas gerações com propostas realistas de ação imediata. É importante, porém, destinar especial atenção aos capítulos que desmistificam vários conceitos sobre energia limpa como salvadoras da situação em que nos encontramos.
Qual a mensagem central em Capitaloceno? O grande culpado das tragédias atuais e de eventos do passado que impuseram fome, dor e sofrimento às populações de várias regiões do mundo é o neoliberalismo, que, além de produzir maldades sociais, parece grudar como cola quando se trata de desenvolvimento. Segundo Iglesias-Rios, para os neoliberais, a solução fatalmente virá da inovação tecnológica, mas não sem antes sacrificar levas e levas de trabalhadores explorados por seus insensíveis patrões e corporações gigantes que, no momento, são cúmplices.
Essas noções de Iglesias-Rios não são gratuitas. Há um preâmbulo bem educativo sobre Marxismo e, desse modo, o leitor pode acompanhar bem o desenvolvimento do pensamento do autor. Mas ele tem lá suas birras que transparecem com clareza ao longo do texto. Iglesias-Rios implica com a genética e com os geneticistas, a quem acusa de excessivo reducionismo. Essa é uma crença que, principalmente nos dias de hoje, parece ter tomado conta das mentes que tendem a simplificar as questões complexas inerentes ao estudo do DNA e o comportamento das sociedades.
Há outras vítimas históricas em Capitaloceno. O filósofo e economista britânico Adam Smith (1723-1790), por exemplo, e outros gigantes da economia, cujas ideias em geral são bem aceitas, não são poupados de críticas pelo autor. Outro britânico, Thomas Malthus (1766-1834), tampouco escapa. Iglesias-Rios aponta a insensibilidade deste filósofo para com o sofrimento alheio, mas compartilha com ele o apoio a práticas antipáticas e antiéticas de controle populacional. Curiosamente, ao mesmo tempo em que o autor descarta o efeito das populações crescentes como um fator associado ao capital neoliberal, ao longo de Capitaloceno há dezenas de exemplos nos quais o crescimento populacional parece ter um papel de causalidade bem claro. Na minha interpretação, o crescimento das populações tem um protagonismo mais claro do que supõe o autor. Para mim, parece quase inescapável. Mas, leia Capitaloceno e julgue por si mesmo.
Aliás, a leitura de Capitaloceno me sugeriu um experimento de economia comparada. Se uma nova sociedade humana, ou semelhante à humana, surgisse e dispusesse do tempo necessário, ela fatalmente optaria pelo capitalismo? Seria equivalente ao experimento de biologia comparada no qual, ao evoluir, os seres vivos seguiriam a trajetória que imaginamos ter ocorrido (DNA, proteínas, moléculas etc.)?
Mas, voltando ao Capitaloceno, ao longo do livro está sempre presente a promessa de que sistemas econômicos melhores que o Marxismo serão discutidos. Ficamos assim na expectativa da grande revelação que de fato se descortina ao final.
Capitaloceno é um livro que faltava por aqui. O leitor certamente aprenderá bastante, principalmente ao perceber que os dados são confiáveis, pois foram escolhidos por um cientista com erudição de sobra. Fica aqui também a sugestão de que a obra seja traduzida para o inglês, porque merece transcender a esfera paroquial e congregar outros pensadores que se dedicam a essas análises. O conteúdo, riquíssimo, não é ‘professoral’ nem paternalista e quem sabe comporá a semente de um ponto de inflexão em nossa maneira de enxergar o ambiente e a economia.
Franklin Rumjanek
Instituto de Bioquímica Médica
Universidade Federal do Rio de Janeiro
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