Um dos fundadores das revistas Ciência Hoje e Ciência Hoje das Crianças, o físico, ex-presidente da SBPC, morreu aos 81 anos
Um dos fundadores das revistas Ciência Hoje e Ciência Hoje das Crianças, o físico, ex-presidente da SBPC, morreu aos 81 anos
CRÉDITO: FOTO FELIPE FITTIPALDI
Morreu, aos 81 anos, o físico Ennio Candotti, um dos fundadores das revistas Ciência Hoje e Ciência Hoje das Crianças. Visionário, Ennio sempre acreditou na ciência e na divulgação científica como impulsionadores do desenvolvimento do país.
Em 1982, quando foi publicada a primeira edição da Ciência Hoje, a revista era mais que uma publicação inovadora e pioneira, era parte do movimento de redemocratização do Brasil, após décadas de ditadura militar.
“O mundo estava se transformando, e estávamos dando a nossa pequena contribuição. Esse movimento foi essencial para criar o clima que justificou todos os sacrifícios, as noites mal dormidas e os esforços necessários para criar uma revista, movendo montanhas”, disse Ennio, em entrevista concedida no ano passado, na celebração de 40 anos do projeto: “Já em 1984, havia um movimento pelas diretas crescendo, pela redemocratização. E a Ciência Hoje estava na linha de frente dos manifestos pró-democratização. A revista estava bastante engajada, era objeto de atenção e de militância”.
Foi da mente brilhante de Ennio que saíram também as revistas Ciencia Hoy, na Argentina, e a Ciência Hoje das Crianças, até hoje uma publicação sem similares na popularização da ciência para novas gerações e na formação de futuros cientistas.
“Hoje de manhã, nesta mesma sala que estou no MUSA (Museu da Amazônia, em Manaus), uma arqueóloga, colaboradora de bastante tempo, me confessou que cresceu lendo Ciência Hoje das Crianças. Ela ficou eufórica quando eu disse que tinha participado da criação da revista. É muito bonito saber que isso tem acontecido de fato, com testemunhos de pessoas que foram influenciadas. Isso funcionou”, contou ele, na mesma entrevista do ano passado.
Nascido em Roma, em 1942, Ennio veio para o Brasil com os pais em 1952. Formou-se em física pela Universidade de São Paulo (USP) em 1964. No ano seguinte, voltou à Europa para fazer especialização em física e matemática, já com atividades na divulgação da ciência. Em 1974, voltou ao Brasil para trabalhar na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), coordenando por muitos anos o ciclo básico do curso de graduação em Física. Também lecionou na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e na Universidade do Estado da Amazônia (UEA).
Muito envolvido com política científica foi presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência nos períodos de 1989 a 1993 e de 2003 a 2007. Participou ativamente das mobilizações que levaram à criação das Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) em diversos estados brasileiros, hoje responsáveis pelo financiamento de boa parte dos estudos realizados no país.
Em 2009, idealizou e fundou o Museu da Amazônia (Musa), em Manaus. Instituição que dirigiu por muitos anos. Por sua trajetória como na divulgação da ciência, recebeu o prêmio Kalinga em 1999, concedido pela Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco).
O uso de jogos de origem africana nas aulas pode ajudar a estabelecer um vínculo entre os alunos e a cultura e ciência desenvolvidas ou provenientes da África. Podem ser trabalhadas noções de geometria, aritmética e probabilidade, entre muitas outras
Relatos em primeira pessoa de mulheres negras que viveram a experiência traumática do tráfico transatlântico foram registrados em testamentos no século 19 e constituem um gênero literário já consolidado em outros países, que começa a ganhar espaço no Brasil.
Fortalecer a imagem positiva de um país no exterior por meio do investimento no cinema, na música e em outras manifestações culturais pode colocá-lo em uma posição de destaque no cenário mundial e favorecer sua atuação na política internacional
Tratamento inovador, baseado no sistema de edição do genoma CRISPR-Cas9, demonstrou ser seguro para uso em pacientes e pode ser aprovado nos EUA até dezembro. O chamado Exa-cel será o primeiro medicamento a tratar uma doença genética com essa técnica
Sociedade de Paleontologia de Vertebrados (Estados Unidos), principal organização que agrega pesquisadores, técnicos, artistas e demais interessados na área, acaba de realizar sua 83a reunião anual, com muitas homenagens e novidades da pesquisa paleontológica
Doença causada pelo parasita Toxoplasma gondii atinge milhões de brasileiros, com consequências graves para a saúde pública. Pesquisadores estão propondo alternativas de tratamento para acelerar o processo de descoberta de novos medicamentos e assim beneficiar os pacientes.
A exploração do espaço voltou a ganhar momento, com a entrada em cena não só de novas agências espaciais, mas também de empresas que exploram comercialmente essa atividade. A tensão ideológica que marcou esse campo foi substituída pela cooperação
O mercado de sementes modificadas e dependentes de pesticidas tóxicos à saúde e ao ambiente está cada vez mais concentrado em algumas poucas megaempresas. É essencial visibilizar as formas de produção por trás do que comemos para alcançar alternativas saudáveis e justas
Há 50 anos, o lançamento do satélite Landsat-1 transformou nosso olhar sobre a superfície terrestre. Hoje, as técnicas de machine learning e deep learning promovem uma nova revolução, desta vez na “visão” dos computadores e no sensoriamento remoto do planeta
Um lagarto sul-americano guarda um fato peculiar: em sua fase reprodutiva, o organismo desse réptil é capaz de aumentar a geração de calor interno – fenômeno raro para um animal que depende da radiação solar como fonte de energia. Bem-vindos aos ‘mistérios’ dos teiús.
Milhares de anos depois de os ímãs terem sido descobertos, o estudo do magnetismo segue como uma das áreas mais pujantes da física. De lá para cá, novos fenômenos foram descobertos. Entre eles, um em que materiais magnéticos se comportam como líquidos.
Sem dúvida, rodovias trazem progresso. Mas elas têm efeitos nocivos para o meio ambiente: poluição, perda e degradação de vegetação nativa, bem como fragmentação da paisagem. Há outro problema (talvez, ainda mais preocupante): a morte de animais por colisão com veículos.
A forma líquida do mercúrio sempre intrigou as pessoas. Conhecido há milênios, esse metal passou da religião para a medicina e a indústria. A ciência mostrou que ele é tóxico. Mas seus efeitos nocivos para o ambiente e a saúde seguem até hoje – inclusive no Brasil
Cookie | Duração | Descrição |
---|---|---|
cookielawinfo-checkbox-analytics | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics". |
cookielawinfo-checkbox-functional | 11 months | The cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional". |
cookielawinfo-checkbox-necessary | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary". |
cookielawinfo-checkbox-others | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other. |
cookielawinfo-checkbox-performance | 11 months | This cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance". |
viewed_cookie_policy | 11 months | The cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data. |
EDILANI MENDES DOS SANTOS
Bravo, Prof. Ennio Candotti!