Cem anos depois da previsão teórica de sua existência, as ondas gravitacionais foram detectadas. Se antes a humanidade só podia ‘ver’ o universo por meio da detecção de luz, agora, com esse fenômeno recém-descoberto, poderá também ‘ouvi-lo’.
Este século estará para sempre marcado na história por esse fato. E, quase certamente, daqui a mil anos, será lembrado por isso
Logo após a finalização de sua relatividade geral ‒ que lida com os fenômenos gravitacionais ‒, o físico de origem alemã Albert Einstein (1879-1955) percebeu uma consequência imediata dessa teoria. Assim como cargas elétricas em movimento acelerado geram ondas eletromagnéticas (luz), massas igualmente aceleradas produziriam fenômeno semelhante: ondas gravitacionais. Estas seriam oscilações no espaço-tempo, um uno quadridimensional indissociável entre as três dimensões espaciais (altura, largura e comprimento) e o tempo.
Ao trabalhar as equações que compõem a relatividade geral, Einstein apresentou três tipos de solução que poderiam ser interpretadas como ondas gravitacionais. Mas, em 1922, o astrofísico britânico Arthur Eddington (1882-1944) mostrou que duas delas não eram físicas. Apenas uma poderia ser.