Para que um artigo seja publicado, ele deve passar por análises rigorosas, conduzidas por cientistas que, convidados pelo periódico científico, avaliam de forma voluntária a relevância dos resultados, bem como a acurácia dos modelos experimentais e os padrões éticos na forma de produzi-los.
Esses avaliadores, geralmente, sugerem melhorias dos estudos submetidos para publicação e, não raramente, os criticam. Em sequência, o artigo é revisado pelos autores visando ao aprimoramento. Se essa réplica é considerada satisfatória, o quadro editorial do periódico decide pela publicação dos achados científicos relatados naquele determinado estudo.
Buscando tornar as descobertas científicas acessíveis para qualquer leitor(a), há periódicos que usam o modelo ‘open access’ (acesso aberto, em tradução literal). Isso significa que qualquer pessoa pode acessar o artigo publicado, sem ser assinante do periódico ou pagar pela leitura do artigo.
Até esse ponto, tudo parece perfeito. Mas há nuances.
Primeiramente, há que se reconhecer que a revisão dos artigos por pares é importante para que se produza uma ciência rigorosa e qualificada. Entretanto, é igualmente importante apontar que, nessa atividade, os periódicos científicos se beneficiam da expertise de profissionais qualificados (geralmente, especialistas nas áreas dos trabalhos em avaliação), sem qualquer ônus, uma vez que o trabalho de revisores é voluntário e, portanto, não remunerado.
Sem dúvida, é nobre a intenção de promover acesso irrestrito ao conteúdo de artigos científicos, não fosse por um fato relevante: a maioria dos periódicos científicos cobra valores altos do(a)s autore(a)s, das suas instituições ou agências financiadoras de pesquisa para publicá-los em modelo de acesso aberto – voltaremos ao tema.
Edson Luis Marcon
Porque institutos de pesquisa não fazem suas próprias revistas, revisada por pares, fazendo editoração, etc e publicando?
Porque sempre publicar nas revistas “clássicas”?
No início a revista não teria uma boa classificação, mas se a publicação for gratuita, depois do artigo ser analisado, poderia atrair muitos artigos de países periféricos e até de países mais desenvolvidos, por parte de pesquisadores que apoiam a difusão do conhecimento.