Em um restaurante, um cliente admira-se com as badaladas (e a beleza) de um relógio de pêndulo. Ao presenciar a cena, o colunista aproveita para discorrer sobre a necessidade (ou não) da marcação extremamente precisa do tempo
Em um restaurante, um cliente admira-se com as badaladas (e a beleza) de um relógio de pêndulo. Ao presenciar a cena, o colunista aproveita para discorrer sobre a necessidade (ou não) da marcação extremamente precisa do tempo
CRÉDITO: FOTO DO AUTOR
São 9h da noite. No salão do restaurante de minha mulher, ecoam nove badaladas. Um cliente admirado me pergunta qual a idade do relógio de pêndulo na parede. Digo: “É de 1905; portanto, tem 119 anos”. Ele: “Que belo relógio. Hoje, não são mais feitas máquinas assim tão precisas e belas”.
De fato, o relógio é bonito. Seu mecanismo, raro, funciona à base de uma mola (em forma espiral) que deve ser ‘apertada’ todas os dias – ou seja, temos que dar corda no relógio. Ele tem só dois ponteiros (hora e minuto) e badala a cada 30 minutos, incluindo as horas cheias.
Para calibrá-lo, temos que ajustar o comprimento de seu pêndulo. Para isso, apertamos ou soltamos, muito delicadamente, uma pequena porca de seu mecanismo.
O período de oscilação de um pêndulo – caso ele se mova a pequenos ângulos, como é o caso desse relógio – depende só de seu comprimento e do valor da aceleração da gravidade local. Então, com um ajuste sutil da porca, o relógio adianta ou atrasa alguns minutos por mês.
Meu relógio de pulso também tem ponteiros, mas é a quartzo. Esse mineral, sob a ação da voltagem (tensão) de uma bateria elétrica, vibra com frequência de 32.768 hertz, ou seja, com 32.768 oscilações por segundo.
Essas oscilações são detectadas por um circuito integrado (chip), que envia um sinal e sincroniza o mecanismo do relógio. Assim, a cada 32.768 oscilações do quartzo, o ponteiro de segundo se move uma vez.
Os chips de computadores e celulares são bem mais sofisticados. Para sincronizar seus bilhões de componentes eletrônicos, é preciso uma frequência na casa de bilhões de hertz (gigahertz) – no caso, fornecida por camadas de átomos.
Mas os relógios mais precisos do mundo são regulados por átomos individuais – daí, serem denominados atômicos. Eles usam íons (átomos com carga elétrica) confinados em uma armadilha magnética.
Os relógios mais precisos do mundo são regulados por átomos individuais – daí, serem denominados atômicos
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