Brasil, país tropical, bonito por natureza! A música de Jorge Ben Jor acerta ao destacar as belezas naturais do nosso país, as quais abrangem uma enorme riqueza de plantas, animais, fungos e microrganismos distribuídos ao longo de 8,5 milhões km², ocupando diferentes biomas, que perpassam desde formações florestais, como as da Mata Atlântica e da Amazônia, até as regiões secas da Caatinga e os alagados do Pantanal. Há, ainda, 3,5 milhões km² de costa marinha, com pântanos, estuários e recifes de corais. Em resumo, o Brasil detém, aproximadamente, 20% do total de espécies do mundo.
A manutenção dessa riqueza enfrenta desafios associados ao crescimento econômico do país, que, por vezes, resulta em intensas alterações ambientais, decorrentes, sobretudo, da expansão urbana, da construção de obras de infraestrutura, do avanço do agronegócio e da exploração de recursos minerais. Dentre as principais consequências dessas atividades, está a redução das áreas de hábitat das espécies, o que se agrava quando se trata de espécies endêmicas – aquelas de distribuição restrita e que só utilizam um tipo de ambiente/hábitat.
As mudanças do clima também têm gerado alerta entre pesquisadores e gestores públicos; principalmente, pela capacidade de promover alterações de grande extensão e intensidade, que podem levar à extinção de muitas dessas espécies.
A relevância da conservação da biodiversidade está prevista na Constituição Federal (art. n° 225), que veda práticas que sujeitem as espécies a risco de extinção ou submetam os animais à crueldade. Essa preocupação ainda consta nos tratados internacionais assinados pelo Brasil, a exemplo da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), estabelecida na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), realizada no Rio de Janeiro em junho de 1992 (Rio 92).