Duas questões são cada vez mais presentes no ensino básico: “Como conectar o conteúdo ensinado nas escolas à produção científica gerada na academia?” e “Como despertar o interesse dos alunos diante da velocidade da circulação da informação em uma era digital?”. Com seu ritmo de produção e atualização, o livro didático tradicional já não é capaz de responder, sozinho, a esses desafios. Por isso, novos recursos pedagógicos são cada vez mais frequentes. Os e-books, por exemplo, já são adotados, há alguns anos, em inúmeras escolas por oferecerem interatividade e mais agilidade em sua renovação.
E foi essa a solução experimentada por professores de uma escola pública da Zona Costeira do Norte do Brasil, sem avaliação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), para investigar aspectos relevantes ao ensino-aprendizagem da biologia. A diferença é que nós, docentes, decidimos criar nosso próprio e-book. O tema escolhido: os biomas brasileiros.
Antes de começar a preparar o livro eletrônico, que funcionaria como um conteúdo complementar, foi necessário levantar o que há sobre o tema nos livros didáticos do ensino médio, e, especialmente, naquele utilizado na escola em questão: quais os conceitos sobre bioma, biologia e conservação de espécies e, sobretudo, de que forma são abordados?
Alguns pontos chamaram a atenção. Os textos se referem aos ambientes aquáticos como biomas e mencionam os países da América do Sul onde estão presentes, mas não trazem mapas em que essas informações podem ser visualizadas. A respeito do clima e da vegetação, os biomas são bem contextualizados, com ênfase para a Amazônia, o Cerrado e o Pantanal. No entanto, há pouca informação relacionada aos outros biomas e apenas breves comentários sobre espécies vegetais e animais característicos.
Aspectos importantes e atuais, como potenciais ameaças à integridade dos biomas, não são abordados e tampouco estão presentes sugestões de sites, vídeos, curiosidades e exercícios similares aos das provas de acesso a universidades. Para que se alcance uma compreensão satisfatória sobre os biomas brasileiros, é de fundamental importância que os alunos possam ir além da preservação, da conservação, do clima, do relevo etc. Eles precisam ser informados sobre pesquisas científicas recentes e o espaço territorial que os biomas abrangem.
Identificadas as lacunas a serem preenchidas, a proposta foi elaborar um e-book com conceitos atualizados sobre biomas brasileiros, para ser utilizado, dentro e fora da sala de aula, como apoio ao livro didático adotado. Na prática, o livro eletrônico apresenta os seis biomas conhecidos (Amazônia, Caatinga, Campos Sulinos, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal) acompanhados de mapas individualizados, seções de curiosidades e notícias sobre as principais ameaças que incidem sobre cada bioma, além de leituras complementares sobre as descobertas científicas mais recentes. Todos esses itens são acompanhados de links para acesso a textos e vídeos extras.
Cabe ressaltar que o e-book apresenta ainda uma sugestão inédita de criação de mais dois biomas: águas continentais e marinho (ou costeiro). Esses aspectos foram destacados para que as águas, tanto continentais quanto marinhas, não sejam desconectadas dos outros biomas, proporcionando maior preservação desses ambientes, principalmente em relação à gestão de seus recursos.
Além da elaboração do conteúdo do e-book, houve também preocupação com a forma como esse material seria utilizado. A aula de aplicação foi sistematizada em 90 minutos, por meio de uma orientação didática organizada em quatro etapas: brainstorming (15 minutos), socialização/leitura/manuseio em grupo (20 minutos), socialização no mapa (35 minutos) e correção/aplicação do questionário (20 minutos). A proposta do livro, que é gratuito, é aproximar os recursos digitais do contexto educacional e do convívio escolar, já que a tecnologia faz parte do cotidiano da maioria dos estudantes.
A socialização teve destaque na dinâmica (lúdica), com as equipes de alunos motivadas a acertar as características dos biomas e interagir com o mapa. Assim, é evidente que não basta o e-book para estimular os estudantes, o material é um coadjuvante didático-tecnológico de uma experiência mediada pelo professor. Reafirmando o que já é sabido: tecnologia não substitui o professor em sala de aula, mas é capaz de apoiar a sua prática docente.
A avaliação do trabalho mostrou que o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) em aula, levando em consideração o ensino dos biomas brasileiros, é relevante e estimula os alunos a buscar conhecimento, socialização e melhoria nas relações interpessoais. Grande parte dos estudantes pesquisados aceitaram com facilidade e perceberam as potencialidades da inclusão dessa ferramenta digital no ensino, revelando a receptividade a essas alternativas para melhorar o ensino de biologia, que ainda encontra dificuldades para se tornar mais eficaz em muitas escolas do Brasil.
Hericton João da Costa Raiol, Danielly Brito de Oliveira e Jussara Moretto Martinelli Lemos
Mestrado Profissional em Ensino de Biologia (Profbio),
Universidade Federal do Pará
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