O Brasil e a OMS

Desde que foi fundada, em 1948, a Organização Mundial da Saúde (OMS) contou com a colaboração de sanitaristas brasileiros que contribuíram para que a agência alcançasse seu principal objetivo de considerar a saúde como direito fundamental de qualquer ser humano, sem distinção de raça, religião, crença política, condição econômica ou social. A OMS foi – e é – a principal autoridade reitora e coordenadora em saúde internacional. Este artigo conta um pouco dessa presença marcante dos brasileiros no órgão e reflete sobre o desafio de manter tal participação ativa.

É importante levar em conta a história da OMS na discussão sobre o presente e o futuro dessa agência multilateral. Ainda mais, após decisões desinformadas e oportunistas como as do presidente norte-americano Donald Trump contra esse organismo para achar um culpado da epidemia de covid-19.


O médico paulista Geraldo de Paula Souza (1889-1951) propôs, junto com o delegado e dilpomata chinês Szeming Sze (1908-1998), a criação de uma agência internacional especializada em saúde

Sua origem remonta à fundação da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1945, quando o médico paulista Geraldo de Paula Souza (1889-1951) propôs, junto com o delegado e dilpomata chinês Szeming Sze (1908-1998), a criação de uma agência internacional especializada em saúde. Primeiro brasileiro a se especializar na Universidade Jonhs Hopkins, com bolsa da Fundação Rockefeller, Paula Souza tinha ampla experiência na área de saúde pública. Durante os primeiros anos de atuação profissional, ele fundou o instituto que posteriormente seria a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo – onde também foi seu primeiro diretor – e a Sociedade Brasileira de Higiene. Além disso, esteve à frente da gestão do Serviço Sanitário paulista, entre 1922 e 1927, por meio do qual implementou serviços nas zonas interioranas do estado.

Marcos Cueto

Casa de Oswaldo Cruz
Fundação Oswaldo Cruz

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