
Cidades destruídas, escombros de guerra, mulheres de burca, homens barbudos aos berros e atentados terroristas no Ocidente: essas são as imagens que nos vêm à cabeça quando lemos ou ouvimos a palavra Islã nos jornais e na televisão. A violência é, infelizmente, uma realidade no dia a dia de muitos países de maioria muçulmana, mas não se pode considerar que a religião e a espiritualidade que o Islã representa sejam a razão desse estado de destruição frequentemente noticiado.
As tensões que definem o mundo islâmico como um espaço de violência generalizada estão, muitas vezes, relacionadas a problemas que existem em todas as demais civilizações contemporâneas, como a fragilidade do Estado, a miséria social, as sequelas históricas do colonialismo e a corrupção política.
Desse modo, há que se considerar que existem diferentes dimensões daquilo que se define como ‘o Islã’, e é preciso estar atento a qual dessas dimensões uma notícia, um documentário ou uma fotografia revelam ao público. Não se trata de uma defesa do Islã como uma civilização harmoniosa sem falhas, já que as civilizações produzidas por outras culturas religiosas, como o Cristianismo e o Judaísmo, também são suscetíveis a episódios de barbárie.
Não se julga a mensagem espiritual cristã pelos casos de pedofilia praticados por sacerdotes católicos no mundo ou pela violência empregada pelo Exército Republicano Irlandês contra protestantes, entre 1919 e 2005. O mesmo não ocorre necessariamente com a espiritualidade judaica quando se constata a brutalidade com que grupos paramilitares judeus enfrentaram tropas britânicas e a população muçulmana local, na Palestina, entre 1940 e 1948.
A violência é, portanto, parte da condição humana ao longo da história, e restringi-la a grupos específicos, como os integrantes da comunidade islâmica mundial, é um erro a ser evitado.
Para não cair nessa armadilha sedutora de apontar naqueles que são diferentes de nós todo o horror que não conseguimos reconhecer em nós mesmos, é preciso humanizar a diferença, e, portanto, compreender a cultura do outro a partir de seus próprios valores e não somente a partir de nossas próprias verdades.
Murilo Sebe Bon Meihy
Instituto de História,
Universidade Federal do Rio de Janeiro
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