A presença negra na Amazônia revelada pela arqueologia

Programa de Pós-graduação em História
Universidade Federal do Maranhão

Ainda desconhecida, a Amazônia é uma região que abriga histórias das diversas populações que a habitaram. A presença negra é inegável, uma vez que seu impacto pode ser notado nas formas de dançar, cantar, rezar, trabalhar, vestir, contemplando também os aspectos que não podem ser medidos, mas que as pessoas levam na pele. Entretanto, essa história ainda não faz parte dos livros que chegam às escolas. E precisa estar presente, também, na pauta dos arqueólogos.

Figura 1. Seu Sousa segura nas mãos uma telha que fazia parte da antiga igreja da vila de Cunani (AP)

CRÉDITO: ACERVO DE PESQUISA DA AUTORA/ 2023

A Amazônia é uma região ainda desconhecida, principalmente quando se trata da ocupação desse território por diferentes populações. Como lembra a jornalista Marcela Bonfim em seu artigo ‘Amazônia Negra’ na revista Poiésis (2021), vivenciar essa terra desperta a consciência de diversas formas de invisibilidades que foram cultivadas nesse território pelos recém-chegados pioneiros. 

Quando se fala da presença negra na Amazônia, como cita a historiadora Patrícia Sampaio em seu artigo ‘Floresta Negra: a experiência e os impactos da escravidão africana na Região Amazônica’ (2014), é possível ver o espanto das pessoas, pois impera a pergunta: ‘Mas, afinal, existiu escravidão na Amazônia?’. Sim. A experiência da escravidão africana marcou toda a América colonial, mas os africanos escravizados e seus descendentes encontraram formas de resistência e liberdade por meio das fugas pelas florestas.

A experiência da escravidão africana marcou toda a América colonial, mas os africanos escravizados e seus descendentes encontraram formas de resistência e liberdade por meio das fugas pelas florestas

Para Sampaio, são inegáveis as marcas da presença negra na Amazônia, uma vez que seu impacto pode ser notado nas formas de dançar, cantar, rezar, trabalhar, vestir, contemplando também os aspectos que não podem ser medidos, mas que as pessoas levam na pele. A população negra pode ser encontrada principalmente nas comunidades quilombolas que existem nos estados do Amazonas, Pará, Maranhão e Amapá. 

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o censo 2022 registrou que a Amazônia concentra mais de 427 mil pessoas negras que se declaram quilombolas. A Fundação Cultural Palmares (FCP) é responsável pelo processo de certificação e reconhecimento das garantias que estão na Constituição Federal do Brasil de 1988 quanto à titularidade de seus territórios e à propriedade definitiva dos locais onde moram.

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