Crise climática ameaça biodiversidade da caatinga

Departamento de Biologia Animal
Universidade Estadual de Campinas

Mudanças no clima podem causar perda de espécies em 99% desse bioma, com espécies raras e arbóreas sendo substituídas por herbáceas e suculentas generalistas. Os impactos dessa transformação devem ser enfrentados com planejamento e ações de conservação

Figura 1. A resistência da vida na aridez da caatinga: cactos em meio à paisagem seca e desafiadora

CRÉDITO: FOTO GIANCARLO ZORZIN

A crise climática já é uma realidade para muitos ecossistemas na Terra. Entre os ambientes que enfrentam desafios significativos devido às mudanças no clima estão as matas secas, especialmente a caatinga do Nordeste brasileiro. Projeções estatísticas preveem que esse bioma, lar de quase 30 milhões de pessoas e com um terço de seu território convertido em atividades agrícolas, se tornará mais quente e seco no futuro. 

As consequências do aumento da aridez são amplamente desconhecidas para a maioria das espécies da caatinga, o que pode limitar a proposição de planos de manejo e conservação eficazes em longo prazo.

Como as plantas podem responder

Em um estudo publicado em junho de 2023 na revista científica Journal of Ecology, exploramos possíveis respostas para esse problema com relação às plantas da caatinga. O trabalho envolveu a construção de um banco de dados com mais de 400 mil registros de ocorrência verificados para cerca de 3 mil espécies de plantas. Esses dados foram complementados pela forma de crescimento de cada espécie, isto é, se a espécie é arbórea, arbustiva, herbácea, suculenta, erva ou trepadeira. 

O próximo passo envolveu construções de modelos estatísticos e de inteligência artificial, que possibilitaram o mapeamento da distribuição geográfica das plantas da caatinga, tanto para o presente quanto para diversos cenários futuros de mudanças climáticas. Esse tipo de abordagem permite obter um resultado consensual entre os cenários testados. Ou seja, é possível entender as regiões onde todos os modelos apresentam respostas similares e onde as diferenças foram mais marcantes. 

Quando essas projeções são feitas para todas as espécies, é possível avaliar como as mudanças climáticas poderão afetar a riqueza (quantidade de espécies), composição (tipos de espécies) e estrutura (combinações de espécies com diferentes formas de crescimento) das comunidades de plantas.

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