A educação transforma a sociedade ao estimular a reflexão, a revisão de hábitos e a busca por soluções para desafios globais. Diante das constantes mudanças, ensinar sobre saúde e sustentabilidade é essencial para formar gerações (atuais e futuras) mais conscientes e preparadas.
A abordagem ecopolítica da Saúde Única/Uma Só Saúde evidencia as conexões entre ações humanas e meio ambiente. Compreender as causas da degradação ambiental, mudanças climáticas e pandemias permite agir com mais responsabilidade. Integrar essa perspectiva aos currículos escolares amplia a visão dos estudantes sobre uma saúde mais integrada – não apenas de humanos, mas também de animais, organismos fotossintetizantes e do ambiente.
Repensar nossa relação com o planeta é urgente, e a educação deve ir além da teoria, formando cidadãos capazes de transformar conhecimento em ação. A abordagem da Saúde Única/Uma Só Saúde integra os saberes científicos às questões socioambientais e sanitárias, promovendo estratégias pedagógicas que estimulam a construção de soluções coletivas, interdisciplinares e conectadas com a realidade.
Mais do que ampliar o conhecimento sobre problemas globais, essa perspectiva busca desenvolver atitudes e habilidades que permitam enfrentá-los de forma eficaz. Para integrar a educação na Saúde Única, a escola pode adotar diversas práticas pedagógicas que envolvem os estudantes em atividades como as que listamos a seguir:
1 – Estudo de casos interdisciplinares: Trabalhar com casos reais de zoonoses, como raiva, covid-19 e febre amarela, para discutir as interações entre saúde humana, animal, vegetal e ambiental;
2 – Projetos de mapeamento local: Incentivar os estudantes a investigar problemas socioambientais e sanitários da comunidade, como desequilíbrio ambiental e aumento da população de vetores (mosquitos, carrapatos, entre outros), promovendo intervenções comunitárias;
3 – Aulas práticas em espaços naturais: Realizar atividades em parques e áreas verdes para observar a biodiversidade local e refletir sobre a importância da preservação desses ambientes para a saúde, reconhecendo o papel ecológico de cada espécie;
4 – Feiras de ciências focadas em Saúde Única: Estimular a criação de projetos científicos que busquem soluções para problemas, ressaltando a interconexão das dimensões saúde humana, vegetal, animal e ambiental.
5 – Educação alimentar e nutricional: Desenvolver atividades que mostrem a relação entre a produção sustentável de alimentos, a saúde e a conservação ambiental, promovendo a diversidade alimentar como reflexo da biodiversidade;
6 – Cultura e artes: Realizar exposições, peças teatrais ou eventos culturais que abordem o impacto humano no meio ambiente e suas implicações para a saúde global, utilizando histórias de comunidades tradicionais para destacar abordagens integradas de cuidado com a natureza, promovendo equidade de gênero, racial e diversidade.
Essa abordagem didática reforça a importância da educação em formar cidadãos responsáveis, preparados para atuar de maneira consciente na promoção da saúde em sua integralidade. Diante da complexidade dos desafios contemporâneos, a Saúde Única/Uma Só Saúde nos convida a enxergar o mundo com mais conexão, responsabilidade e empatia, reconhecendo o quanto tudo está integrado e que, portanto, nossas escolhas individuais e coletivas impactam diretamente o presente e o futuro do planeta.
Promover essa sensibilidade desde a educação básica, por meio de práticas pedagógicas que integrem ciência, cultura, território e afeto, é semear um caminho possível na formação de pessoas críticas e comprometidas com a promoção de um mundo mais justo, saudável e sustentável para todas as formas de vida – não apenas a humana!