CRÉDITO: UTRECHT SCIENCE PARK-BILTHOVEN FOTO DIVULGAÇÃO
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Sim, é possível e já aconteceu. Existem vários casos documentados na literatura especializada descrevendo situações nas quais microrganismos infecciosos escaparam de laboratórios, mesmo com todas as precauções e um alto nível de classificação de biossegurança. Esses escapes de microrganismos podem ocorrer por meio de um funcionário do laboratório que foi infectado, saiu do trabalho e foi para a comunidade, tornando-se um portador, ou mesmo por meio de uma pessoa não infectada, mas que transportou o microrganismo nas suas próprias roupas ou na pele, como por exemplo, esporos de bactérias, que são muito resistentes. Isso já aconteceu em países como Estados Unidos, Reino Unido, a antiga União Soviética, Rússia, França etc. O caso mais recente documentado aconteceu na Holanda em novembro de 2022, na cidade de Utrecht, onde foi detectado nas amostras de água de esgoto o vírus da poliomielite. Esse material foi sequenciado e constatou-se que o genoma desse vírus era idêntico ao de uma amostra de poliovírus selvagem do tipo 3 que era utilizado para pesquisa no laboratório de um centro de pesquisa daquela cidade, o Utrecht Science Park-Bilthoven. Foram então coletadas amostras de todos os funcionários desse centro de pesquisa e identificaram que um deles havia sido infectado por esse vírus da pólio. Não se sabe até hoje como ele se infectou, mas o fato é que essa pessoa saiu do laboratório e levou esse vírus da pólio para a comunidade. Por sorte, ninguém desenvolveu uma doença grave, e esse escape foi contido.
Por outro lado, não existem casos documentados de microrganismos que passaram por algum processo de modificação genética e que tenham escapado de um laboratório. É preciso diferenciar essas duas situações: existem laboratórios que trabalham com amostras infecciosas selvagens, isoladas da natureza, onde precauções para evitar que esse material escape são tomadas. Isso é completamente diferente de, intencionalmente, se criar um microrganismo ou alterar um microrganismo que já existe na natureza para torná-lo mais perigoso ou virulento e liberá-lo propositalmente para causar infecções em humanos. Isso seria um ato de bioterrorismo.
CRÉDITO: FOTO ADOBE STOCK
Essa hipótese ganhou força em fevereiro de 2023 porque o Departamento de Energia dos Estados Unidos, que tem vários laboratórios de pesquisa associados, soltou uma nota afirmando que essa era uma hipótese viável e que o vírus da covid-19 poderia ter escapado de um laboratório. No entanto, essa é uma afirmação muito controversa porque tem outras agências federais americanas que dizem exatamente o contrário, como por exemplo o CDC, que é o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. Essa hipótese ganhou ainda mais força pelas declarações recentes de um membro do alto escalão do FBI americano, afirmando também que o escape de laboratório era uma hipótese viável e que poderia ter acontecido.
Essas informações acabaram alimentando grupos, atuantes principalmente na internet, que querem culpar a China pela pandemia do covid-19. Mas as evidências científicas não apontam para isso. Existem inúmeros estudos científicos que coletaram material na região onde a pandemia fez as suas primeiras vítimas. Houve coleta de material tanto de animais selvagens quanto em feiras livres de Wuhan, onde foram registrados os primeiros casos. Nas amostras coletadas foram recuperados inúmeros vírus da família dos coronavírus que tiveram seu genoma sequenciado e comparado ao do coronavírus que originou a pandemia. Os resultados revelaram que esses isolados são muito similares. Esse é um forte indicativo de que realmente a doença é uma zoonose e houve um salto de infecção em animal para um humano devido a um contato direto.
Além disso, não existe nenhuma evidência de manipulação genética no genoma do coronavírus que causou a pandemia. Quando cientistas alteram o genoma de algum organismo vivo, eles deixam pistas, ou seja, essas alterações, de alguma forma, ficam marcadas no material genético desses microrganismos. Através do sequenciamento e comparando ao genoma sequenciado de outros organismos, é possível detectar essas alterações.
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