No momento em que a pesquisa no Brasil sofre retrocesso em seu financiamento, outro fato ‒ tão preocupante quanto ‒ ganha espaço nesse cenário desalentador: a pseudociência.

A ciência é uma das mais bem elaboradas construções do pensamento humano. É uma obra realizada há séculos por diferentes atores, baseada principalmente em acertos e erros. Afinal, a principal qualidade da ciência é justamente a de ser suscetível a mudanças, quando novos fatos colocam à prova conceitos e ideias estabelecidas há muito tempo.

Mudanças radicais sempre ocorreram ao reformularmos profundamente nossa compreensão da natureza. Exemplos: i) a revolução copernicana, que tirou a Terra (e, por consequência, os humanos) do centro do universo, no século 16; ii) a revolução darwiniana, mostrando, cerca de 300 anos mais tarde, que as espécies biológicas se modificam ao longo tempo; iii) o advento da física moderna, no início do século passado, com o estabelecimento das duas teorias da relatividade, do físico de origem alemã Albert Einstein (1879-1955), e a física quântica, que lida com os fenômenos do universo atômico e subatômico.

Adilson de Oliveira

Departamento de Física,
Universidade Federal de São Carlos (SP)

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