O fundamentalismo religioso e as mulheres

Curso de Especialização em Literatura Infantil e Juvenil
Faculdade de Letras
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Escritora de livros para crianças

O perigo representado pelo crescimento de grupos religiosos que parecem querer praticar o que pregava o Velho Testamento

CRÉDITO: DIVULGAÇÃO

Ao longo da história, a imagem feminina foi moldada e atravessada por concepções diversas, principalmente as religiosas e políticas.  Em geral, sob autoridade do pai e do marido, a mulher era obrigada a corresponder às expectativas forjadas para ela.

Não há como ignorar a forte influência do cristianismo sobre a mulher no Ocidente, cuja matriz é Eva, a traidora das ordens divinas. Em uma passagem da Bíblia, no livro Eclesiastes, as palavras de Coélet, filho de Davi, rei em Jerusalém, sobre a mulher reafirmam o que já havia sido dito no Gênesis, sobre Eva. Disse Coélet: “…e descobri que a mulher é mais amarga do que a morte, pois ela é armadilha. Seu coração é rede, seus braços cadeias. Quem agrada a Deus, dela escapa, mas o pecador a ela se prende… Deus fez o homem reto.” Interessante é que essa figura bíblica da mulher é ambígua: ao mesmo tempo que é luxuriosa, traidora, pecadora, é também a Virgem Maria, considerada como exemplo de mulher e de mãe.

Ainda que tenhamos mil exemplos de mulheres guerreiras, nas mais diversas culturas, protagonistas de suas próprias histórias, o que interessa aqui é abordar o fundamentalismo religioso. Sua expansão é cada vez maior no Brasil, e isso representa um grande perigo, considerando-se que há grupos religiosos que parecem querer praticar o que pregava o Velho Testamento. 

O romance da premiada escritora canadense Margaret Atwood, cujo título é The handmaid’s tale, publicado no Brasil como O conto da aia, em 2017, é de fundamental importância para refletirmos sobre o contexto atual. Na obra, originalmente apresentada em 1985, Atwood fala de um mundo que, a princípio, nos parece distópico. A história se passa em um lugar onde não existem livros, jornais, nem universidades, dominado por fundamentalistas, que subjugam, estupram e torturam as mulheres que foram sequestradas por eles, por serem consideradas inimigas da religião. Além do livro, há uma série homônima, igualmente imperdível.

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