Desde pequena eu dizia que seria professora. Minha inspiração vinha de alguns tios, que são professores universitários, e do incentivo da minha mãe, que, ao contrário dos irmãos, não estudou – devido aos costumes da época, meus avós a criaram para ser “do lar”, como aconteceu com muitas outras mulheres. Eu escutava falar em mestrado, doutorado, iniciação científica, pós-graduação, e outros termos relacionados ao mundo acadêmico, e achava tudo muito fascinante, queria muito fazer parte desse universo.

Após finalizar o ensino médio, fui do interior catarinense para a capital, Florianópolis, estudar farmácia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Quando comecei minha graduação já sabia que queria fazer iniciação científica, e foi no terceiro semestre que conheci a disciplina que despertaria a minha paixão, a bioquímica.

Buscando laboratórios de pesquisa no Departamento de Bioquímica da UFSC, cheguei à professora Andreza Fabro de Bem, que foi minha orientadora da iniciação científica até o pós-doutorado. Se existem momentos que modificam nossas vidas, com certeza esse foi um deles. Ela sempre foi uma inspiração para mim e grande incentivadora, além de ser uma excelente e dedicada cientista.

Já na época da iniciação científica, iniciei meus estudos sobre o impacto das doenças metabólicas no cérebro. Aí vieram mestrado, doutorado e pós-doutorado na UFSC, onde tive o privilégio de interagir com muitos pesquisadores brilhantes, o que foi contribuindo para minha formação.