Antropoceno: ter ou não ter, eis a questão!

Museu Nacional/ UFRJ
Academia Brasileira de Ciências

A União Internacional de Ciências Geológicas acaba de rejeitar a criação dessa nova unidade de tempo geológico, proposta para caracterizar o mundo em que vivemos hoje, que tem sido alterado pela influência da ocupação humana

A atividade humana tem gerado efeitos climáticos devastadores no nosso planeta, re sponsáveis por eventos extremos como as recentes enchentes no Rio Grande do Sul

Uma das maiores expectativas no meio acadêmico acaba de chegar ao fim. A proposta de separar a época em que vivemos em uma nova unidade de tempo geológico, denominada Antropoceno, foi rejeitada. A subcomissão que tratou do assunto por solicitação da Comissão Internacional de Estratigrafia (ICS) – uma espécie de guardiã do tempo geológico – rechaçou a proposta por 12 votos, contra apenas 4 a favor (houve 3 abstenções). Esse resultado foi ratificado pela União Internacional de Ciências Geológicas (IUGS) e está dando o que falar…

Tempo geológico

Pesquisadores das ciências da Terra, que envolvem, sobretudo, geólogos que atuam em disciplinas como paleontologia, sedimentologia, estratigrafia e geoquímica, dividem a história geológica da Terra, representada por rochas e camadas, em unidades que compõem a escala ou coluna do tempo geológico. As unidades, dependendo de sua duração, são denominadas de éon, era, período e época, e separadas por marcos encontrados em escala global. Ou seja, a linha do tempo revelada pelas rochas, desde a formação do nosso planeta até os dias de hoje, é separada por episódios expressivos que afetaram a Terra e cujas evidências podem ser achadas em diferentes partes do globo.

Para exemplificar, o mais famoso acontecimento global foi a extinção em massa ocorrida há 66 milhões de anos, quando um meteorito de grandes proporções atingiu o planeta, levando à extinção dos dinossauros não-avianos e outros organismos, como pterossauros (répteis alados) e ictiossauros (répteis marinhos). Esse evento global separa os períodos Cretáceo e Paleógeno, evidenciado por uma fina camada rica em irídio – um elemento químico raro na Terra, mas comum em meteoritos.

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