Imagine os desafios inerentes à colonização de Marte: tempo de viagem, estratégia para pouso, comunicação com a Terra… Chegando ao planeta vermelho, propiciar um ambiente livre de radiação, providenciar oxigênio e água, estabelecer técnicas de cultivo para obter alimentos… Os desafios tecnológicos parecem infindáveis. Mas pode haver um outro fator ainda mais complexo: o ser humano.
Considere um grupo de cientistas de diversas nacionalidades em um planeta novo, sem regras ou leis para reger o comportamento individual ou coletivo, a não ser as trazidas da Terra, que podem ser questionadas em momentos de crise. Como gerenciar os inevitáveis conflitos? Como priorizar as necessidades, com pessoas de culturas e formações distintas diante de recursos limitados? Como lidar com a inexorável morte, e o eventual nascimento no novo planeta? E a solidão, as saudades dos familiares, vida em isolamento subterrâneo?
Com a chegada da iniciativa privada ao planeta, a situação fica ainda mais complexa. Sem a necessidade de seguir as “regras de conduta” dos cientistas, com prioridades voltadas apenas para a obtenção dos recursos minerais, prestando contas somente aos seus investidores, esse novo grupo enxerga de maneira distinta os problemas de sustentabilidade e éticos quanto à exploração marciana.
Em algum momento, porém, as duas equipes terão que coexistir de maneira pacífica e alinhar suas necessidades, dadas as imensas dificuldades e surpresas encontradas no inóspito planeta. E esse parece ser o grande desafio da segunda temporada da série Marte.
Alguns anos após a chegada ao planeta, com as estruturas básicas para sobrevivência estabelecidas, uma parte da equipe original retorna à Terra, de onde continua a colaborar com a missão, e tenta gerenciar os conflitos de interesse com a iniciativa privada. Ao mesmo tempo, uma equipe chinesa estabelece uma estação espacial na órbita de Marte, tornando-se um terceiro elemento no jogo. No planeta, procura-se criar as condições para a formação de uma atmosfera, para permitir a habitação humana na superfície no futuro, com a instalação de painéis solares e outras providências.
Acredita-se que o primeiro passo para permitir a sobrevivência de humanos no planeta vermelho seja o aumento da pressão atmosférica, pois a atual, equivalente a 1% da pressão atmosférica na superfície terrestre, não permite a permanência de seres humanos sem os trajes pressurizados. Sem eles a água do corpo entraria em ebulição, impossibilitando a sobrevivência por mais de alguns minutos, mesmo com máscaras de oxigênio. Para se obter a pressão ideal, uma das táticas imaginadas é o descongelamento das calotas polares, compostas por gás carbônico. Para tanto, é necessário aumentar a temperatura do planeta, possivelmente com o auxílio de painéis solares na superfície ou em órbita. A instalação de um certo número adicional de painéis é a contrapartida da empresa de exploração mineral na colaboração com a base já instalada no planeta.
Outros desafios se seguem, dentre eles enfrentar os efeitos de um solar flare, que, pela falta de campo magnético e atmosfera no planeta, pode trazer efeitos muito mais nocivos do que os observados na Terra. Na fila das adversidades tem-se ainda a necessidade de controle de uma epidemia, que pode dizimar as duas equipes colonizadoras; as dificuldades políticas impostas pelo controle da missão na Terra, que está sujeito a uma comissão internacional com membros que possuem interesses diversos; a busca de água, com o uso de métodos geofísicos, como GPR e sísmica, e a tentativa de extração com procedimentos adaptados da Terra, que podem ter efeitos colaterais imprevisíveis.
Além desses desafios tecnológicos, em algum momento a carga emocional na base marciana, após diversos incidentes, pode levar a um questionamento sobre a sua liderança, e um eventual motim. Gerenciar a situação a partir da Terra pode não ser eficaz, e lidar com ela diretamente na base, com certeza, não é fácil. A comunicação Marte-Terra normalmente leva apenas alguns minutos, mas, em algumas ocasiões, pode-se ter um hiato de até diversos dias.
Cheia de paralelos com a Terra, como o questionamento dos cientistas sobre os limites da exploração privada, da alteração do ambiente, do gerenciamento de recursos escassos como água e energia, e a opinião de ativistas e profissionais de empresas que viveram a exploração do Ártico, que traz aspectos similares à possível exploração marciana, guardadas as devidas proporções, bem como de renomados cientistas que vislumbram a exploração de Marte como inevitável, a série continua repleta de ação, emoção, sacrifícios pessoais, tecnologia e surpresas. Vale a pena conferir!
Eder C. Molina
Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
Universidade de São Paulo
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