Moléculas com ação hormonal
Tradicionalmente, existem cinco grupos de moléculas com ação hormonal: auxina, citocinina, giberelina, ácido abscísico e etileno. No entanto, outros compostos, como poliaminas, ácido jasmônico, brassinosteroides e ácido salicílico, têm sido utilizados para explicar diversos comportamentos das plantas, incluindo a tolerância a estresses bióticos (provocados por seres vivos) e abióticos (causados por fatores ambientais).
Nas últimas décadas, aumentou o uso de reguladores de crescimento na agricultura, buscando melhorar a germinação de sementes, controlar o crescimento de plantas, induzir, inibir ou retardar a floração, induzir o enraizamento e/ou a brotação, estimular ou retardar a maturação de frutos, prolongar a vida útil de folhas e frutos, obter frutos sem sementes, frutos maiores, e até causar a morte de plantas.
Nas sementes que têm dormência fisiológica, em que os níveis hormonais endógenos (internos) limitam a germinação, a aplicação de reguladores de crescimento possibilita superar esse entrave e obter uniformidade e melhores resultados na germinação, assim como na produção de mudas dessas espécies. A aplicação de giberelina, citocininas e etileno favorece a germinação, enquanto a de ácido abscísico (ABA) a inibe.
O crescimento das plantas está associado à divisão e expansão celular, que são controladas pela combinação de moléculas hormonais. De forma geral, as citocininas são responsáveis pela divisão celular, enquanto a auxina e as giberelinas, pela expansão celular. Claro que essas respostas dependem da interação entre moléculas hormonais, fatores ambientais e genéticos da planta. Assim, torna-se possível estimular ou inibir o alongamento do caule das plantas, dando origem a plantas com porte e arquitetura desejada.
Responsáveis pela arquitetura vegetal
As duas principais classes hormonais responsáveis pela arquitetura das plantas são auxina e citocininas. Naturalmente, a produção das citocininas predomina no sistema radicular, enquanto a de auxina ocorre mais nos tecidos jovens da parte aérea da planta. Com isso, quando realizamos uma poda, com o intuito de otimizar a arquitetura, eliminar ramos indesejados e/ou estimular a formação de outros, ocorre alteração dos níveis hormonais endógenos nos tecidos.
Com a poda, retirada de ramos da planta, também se eliminam fontes de produção de auxina e, com isso, os níveis endógenos de citocininas prevalecem em relação aos de auxina, induzindo respostas fisiológicas que dependem de citocininas, como a ramificação. A busca de uma arquitetura desejada em plantas cultivadas em vasos, em cerca viva e até nas práticas adotadas na produção e no cultivo de bonsai deve-se às alterações da relação dos níveis hormonais nos tecidos da planta.
Em relação à floração, as plantas são divididas em três categorias. Algumas florescem no inverno, quando temos dias curtos (menor número de horas de luz no dia), e são denominadas plantas de dias curtos; outras, no verão, quando temos dias longos (maior número de horas de luz no dia) e outras que florescem independentemente do período de luz (fotoperíodo). Em cultivos extensivos, de grandes áreas, predomina a semeadura nas épocas do ano que proporcionam condições favoráveis à planta, da germinação à produção. Já nos cultivos intensivos, em pequenas áreas, é possível controlar fatores ambientais e otimizar o cultivo independentemente da época do ano.
CRÉDITO: FOTO ADOBE STOCK