O desafio de ensinar história na educação básica não é novidade, tampouco o empenho dos professores para formular metodologias eficazes e criativas para a rotina da sala de aula. Com esse objetivo, criamos um projeto que refletiu sobre o ofício do historiador a partir da análise da materialidade do espaço escolar. O percurso da pesquisa buscou envolver estudantes do sexto ano do ensino fundamental na análise de uma das edificações da sua própria escola. O espaço físico da escola tornou-se fio condutor na formulação de uma sequência didática e de um projeto de exposição construído pelos próprios alunos com a mediação do professor.
Esse projeto de pesquisa, chamado “A aula inacabada: democracia, utopia e ensino de História”, foi construído a partir do encontro entre o cotidiano escolar e o desafio de oferecer uma proposta de intervenção pedagógica durante o Mestrado Profissional em Ensino de História. A iniciativa discutiu a noção de patrimônio cultural e seus desdobramentos como possibilidade para a educação histórica. E vai além: investiu na construção de noções de documento e de fontes para a história, na narrativa como mediação entre o passado e o conhecimento histórico, bem como no diálogo entre a historiografia e os conceitos “criados-recriados” pelos estudantes. O trabalho resultou na formulação de uma metodologia de ensino-aprendizagem e de divulgação científica no ensino básico.
A escola básica, por definição, deve garantir espaço para a formação identitária de crianças e adolescentes, além de preparar para o exercício da cidadania. É nessa prerrogativa que o debate sobre o patrimônio cultural e a educação para o patrimônio se insere nos sistemas de ensino. Na educação básica, a história tem o papel de oferecer uma contribuição específica ao desenvolvimento dos estudantes como sujeitos conscientes, capazes de entender essa disciplina como conhecimento, como experiência e prática de cidadania. Ou seja, não cabe a história disciplinar apenas livrar as novas gerações da “amnésia social”, mas também exercer o trabalho de crítica da memória e discutir os usos do passado.
É importante pontuar que o desenvolvimento do trabalho deu-se como parte da organização do currículo escolar, e não como atividade extracurricular. Ou seja, não foi “uma aula de história diferente”, mas “a aula de história”. E, embora possa parecer trabalhosa essa prática para docentes constantemente ocupados, é importante considerar a possibilidade de inserir a metodologia no espaço e no tempo reservados para a preparação do trabalho semanal.
As conceituações gerais de patrimônio cultural, além da diferenciação entre bens materiais, imateriais e naturais, foram investigadas pelos alunos durante as aulas de história. Nos encontros as turmas foram estimuladas a refletir sobre processos de patrimonialização a partir do espaço escolar enfrentando questões como: o que podemos considerar patrimônio na nossa escola? Será que identificar o que a comunidade escolar registrou como importante nos permite conhecê-la melhor? E o que é importante para nós, como comunidade escolar?
Está no jargão pedagógico que aprendizagem sólida necessita investimento no conhecimento dos estudantes, seus desejos e circunstâncias. Esta é, aparentemente, uma premissa consensual.
E como os estudantes entendem a história? A memória foi o recurso principal na formulação das narrativas produzidas pelos alunos que responderam às perguntas listadas anteriormente, servindo, inclusive, como prova de determinado processo ou acontecimento. Este diagnóstico abriu a possibilidade/necessidade de levar para as aulas a relação entre memória e história, quando a primeira é parte da formação do conhecimento histórico e auxilia na constituição de pensamento crítico sobre as tradições que compõem a sociedade.
Considerar as impressões dos estudantes sobre a história é um modo de construir um espaço para que possam pensar na lógica do conhecimento histórico: percepção relacional entre tempos pessoal e social, ordenação, sucessão, duração, simultaneidade e construção de generalizações.
O projeto de exposição foi o ponto de chegada do percurso que partiu da materialidade do espaço físico da escola e elaborou novas leituras sobre conceitos próprios da história. A mostra foi a concretização das reflexões desencadeadas nas aulas, e é a organização de uma massa de informações e interpretações. Sua elaboração está inserida no processo que buscou proporcionar aos estudantes a oportunidade de elaborar e reelaborar percepções sobre a escola como espaço de formação e sociabilidade.
A exposição foi projetada em quatro segmentos: Tempo de morar discute o uso residencial da edificação assobradada que compõe o conjunto arquitetônico da escola; Tempo de aprender e trabalhar foca a ocupação do prédio como escola e a elaboração dos registros como representação das atividades escolares; Tempo fechado registra a situação atual da edificação interditada; e Tempo de narrar a história comunica, através de registros fotográficos e textos dos estudantes, o caminho percorrido pela investigação e a ficha técnica da exposição.
Com esses resultados, esta experiência de ensino-aprendizagem em história procurou contribuir com os colegas professores na árdua tarefa de promover uma educação histórica complexa e, simultaneamente, atrativa para crianças e adolescentes.
Leandro Balejos Pereira
Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Sul
ProfHistória/UFRGS
Orientadora: Maria Cristina de Matos Rodrigues
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